A assessoria do ex-senador Carlos Bezerra enviou, hoje à tarde, nota ao Só Notícias, onde rebate acusações feitas em reportagem de uma revista de circulação nacional sobre o caso Sanguessuga. Eis a íntegra da nota:
“As informações publicadas na imprensa neste final de semana, de que eu chefiaria um esquema envolvendo a compra superfaturada de ambulâncias, denominada de ‘sanguessuga’, passaram todos os limites da razoabilidade. Divulgada inicialmente por um jornal de circulação nacional e reproduzida por diversos veículos de comunicação, a reportagem se baseia na denúncia de um procurador da República.
Em função da leviandade das informações, da maldade do enfoque interposto e da falsidade das denúncias, venho a público informar que já encaminhei à Justiça – semana passada – extrato da minha conta bancária do referido período questionado, mostrando que jamais recebi qualquer valor – de qualquer natureza – da Planam ou de qualquer outra empresa envolvida com compra de unidade de saúde. É preciso, porém, em nome da verdade, informar que:
1) Estou ingressando com processo-crime contra detratores contumazes da honra alheia. Não é possível que o direito à defesa seja totalmente desconsiderado e que, com base em informações unilaterais, falsas, mentirosas e inconsistentes, tenta-se enxovalhar o nome de quem tem uma folha de serviços prestados a Mato Groso e ao Brasil;
2) Já encaminhei defesa à Justiça mostrando a inconsistência e falsidade das denúncias. Estava aguardando o pronunciamento da própria justiça para torná-las públicas, mas como as acusações levianas e irresponsáveis já foram propagadas (e isso virou praxe, condena-se antes de se averiguar a decisão da própria Justiça), quero esclarecer alguns absurdos colocados na imprensa;
3) Primeiro que toda a denúncia encaminhada pelo Ministério Público à Justiça se baseia em uma emenda parlamentar que apresentei para o exercício de 2003, no valor de R$ 6.408.270,00, relativos a ações de saneamento em pequenas localidades de Mato Grosso. Desse total, de minha autoria e da deputada federal Teté Bezerra, foram liberados R$ 270.000,00 para obras captação de água em Poxoréo e outros R$ 419.000,00 para saneamento no município de Barra do Bugres (obra em execução). Ou seja, não há nenhum recurso destinado para compra de unidade móvel, objeto da investigação e da denúncia em curso. E mais. As empresas que executam as obras de saneamento não tem absolutamente nada a ver com a Planam;
4) Na falsa denúncia, fala-se que eu teria recebido entre os meses de maio e junho de 2002 dois depósitos, sendo um de R$ 10.000,00 e outro de R$ 12.000,00. Checando os dados, descobri que a denúncia se baseia em depósitos que teriam sido efetuados em nome de Marco Antônio Lopes. Nunca vi o referido cidadão. Não o conheço. Encaminhei à Justiça certidão da Secretaria de Recursos Humanos do Senado Federal atestando que este cidadão nunca trabalhou em meu gabinete ou exerceu qualquer tipo de função no Senado Federal. A certidão do Senado tem o seguinte teor:
“… Declaro … que o Sr. Marco Antônio Lopes não exerceu cargo em comissão no gabinete de sua Excelência, nem, tampouco, pertenceu ao grupo de servidores que integraram o citado gabinete. Declaro, ainda, que o Sr. Marco Antônio Lopes não pertence nem nunca pertenceu ao quadro de pessoal do Senado Federal”. (Brasília 1º de junho de 2006. João Carlos Zoghbi, diretor da Secretaria de Recursos Humanos do Senado Federal)
5) E o absurdo maior é que esta pessoa, que, repito, não conheço, teria recebido os dois valores e os repassados a mim. Ora, se não havia emenda parlamentar para ambulância, individual ou de bancada; se este cidadão nunca trabalhou comigo; se já encaminhei extratos de minhas contas bancárias (oferecendo inclusive quebra de sigilo), como e por que forças estranhas ainda insistem em expor o meu nome nesta situação nefasta e deplorável?
6) Quero aproveitar a oportunidade para reiterar que jamais apresentei qualquer emenda ao orçamento da União que tivesse por finalidade a aquisição de ambulância ou de qualquer unidade móvel de saúde, conforme atesta o Congresso Nacional, através do presidente da Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização, deputado federal Gilmar Machado (PT-MG), por força do ofício nº 114/06/CMO, que traz o seguinte texto:
“Após pesquisa no banco de dados de emendas aprovadas nos orçamentos do Ministério da Saúde nos exercícios de 1995 a 2006, não foram encontradas emendas individuais de Vossa(s) Excelência(s), destinadas aos recursos para aquisição de unidade móvel de saúde”. (Brasília 31/05/2006);
7) Quero aproveitar a oportunidade par lamentar, também, que acusações deste nível como a perpetrada contra nossa pessoa, sabe-se lá com quais interesses, sejam colocadas primeiramente em público para depois serem julgadas;
8) Por último, reafirmo a minha convicção de que o Poder Judiciário, como sempre o faz, agirá com independência que caracteriza seus atos, determinando o arquivamento destas acusações.”