A ministra Nancy Adrighi, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), liberou os bens dos advogados André Castrillo e Renato Viana apreendidos no dia 18 de maio, quando foi deflagrada a operação Asafe, que investiga venda de sentença e exploração de prestígio no Judiciário de Mato Grosso.
A decisão da ministra atende pedidos da defesa dos dois advogados que tiveram principalmente computadores e material de escritório apreendidos pela Polícia Federal. A liberação ocorreu na semana passada, mas as investigações continuam tramitando em segredo no STJ.
Outra advogada investigada que também aguarda decisão similar é Maria Abadia de Souza Aguiar. Ela afirmou ontem, em entrevista ao jornal que A Gazeta, que pediu ao STJ a liberação do computador apreendido pela PF, mas até agora não obteve resposta. Assim como Renato Viana, ela ocupou vaga de jurista no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) reservada a advogados e também é alvo da investigação que iniciou após denúncia de interferência de advogados na decisão da Justiça Eleitoral e Justiça Estadual.
Quem não teve a mesma sorte que Renato Viana e André Castrillo foi o desembargador Evandro Stábile, afastado do cargo e da presidência do TRE. Ele teve o pedido para liberação dos bens negados pela ministra. A PF apreendeu na residência e no escritório dele discos rígidos, computadores portáteis, disquetes de computador, uma arma e aproximadamente R$ 70 mil distribuído em moeda nacional, dólares e euros.
A operação Asafe expôs ainda mais a imagem do Judiciário de Mato Grosso já desgastada pela aposentadoria compulsória de 11 juízes e desembargadores. Também levou 9 pessoas à cadeia, mas todas já foram liberadas. Também houve busca e apreensão na residência de vários magistrados. A investigação apontou que advogados, parentes e servidores de magistrados prometiam vantagens para políticos e pessoas processadas em troca de benefícios particulares.