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Barbudo integra lista do PSL que se opõe ao partido e anuncia apoio a Lira para presidente da Câmara

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Só Notícias/Marco Stamm (foto: Michel Jesus/Agência Câmara/arquivo)

O deputado federal Nelson Barbudo integra a lista dos 32 parlamentares que, ontem, contrariaram a decisão do PSL e anunciaram que vão aderir ao bloco de apoio à candidatura do deputado governista Arthur Lira (PP-AL) à presidência da Câmara dos Deputados. Se de fato descumprir a orientação do partido, que é para votar em Baleia Rossi (MDB-SP), Barbudo corre o risco e ser punido pela sigla, que no ano passado suspendeu as atividades partidárias de 17 dos 32 deputados “insurgentes”.

Procurado por Só Notícias, Barbudo disse que estava em reunião e que não poderia conversar. Seu nome aparece na lista dos 32 deputados do PSL que são considerados bolsonaristas e que foi anunciada ontem pelo deputado Major Vitor Hugo. Ao justificar a decisão nas redes sociais, o parlamentar de Goiás disse que “era um absurdo que o PSL traísse seus eleitores e se ligasse a um bloco que congrega partidos como o PT, PCdoB, PSB, PDT e outros que defendem tudo contra o qual lutamos esses anos todos”.

A cúpula do PSL, liderada pelo deputado Luciano Bivar, reagiu e prometeu punição a todos. Também explicou que dos 32 deputados dissidentes, 17 estão com as atividades partidárias suspensas como punição pela tentativa de derrubar Bivar da presidência da sigla no ano passado. A suspensão invalida suas assinaturas, mas não o voto. Barbudo não está suspenso.

“Essa ação, portanto, não tem nenhum sentido legal. A intenção é, apenas, conturbar o cenário político. O PSL está fechado com o bloco que sustenta a candidatura do deputado Baleia Rossi (MDB) à presidência da Câmara e assim permanecerá até o fim”, rebateu Bivar por meio de nota.

Major Vitor Hugo, por sua vez, disse que a validade, ou não, das assinaturas será atestada pela Mesa Diretora da Câmara e prometeu judicializar o caso se o seu pedido for negado.

A situação de Barbudo dentro do PSL é complicada desde o ano passado, quando o partido rompeu com o presidente Jair Bolsonaro logo que o Capitão deixou a sigla. Quando um grupo se colocou contra Bolsonaro, Barbudo chegou a ser acusado de traição, mas logo negou e voltou a jurar lealdade ao presidente da República e também a Bivar. Conseguiu se manter sem punição e com a direção do PSL em Mato Grosso, mas perdeu prestígio com Bolsonaro, embora se posicione como ferrenho defensor do presidente.

Agora, na eleição para a Mesa Diretora da Câmara, voltou a ficar entre a cruz e a espada. Bolsonaro se uniu ao centrão, antes rechaçado por Barbudo, e apoia a candidatura de Lira. A tendência natural de Barbudo, mesmo contrariado por ter de unir-se ao centrão, é de acompanhar a orientação do presidente, tanto que integra a lista dos 32 parlamentares do PSL que tenta aderir ao bloco de Lira.

O problema é que o PSL, mesmo rachado, está oficialmente no bloco que apoia a candidatura de Baleia Rossi e orienta seus parlamentares a seguir com o voto. Rossi, por sua vez, é o candidato apoiado pelo atual presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), com quem Barbudo não se bica.

No frigir dos ovos, o voto de Barbudo para presidente da Câmara pode definir o seu futuro partidário. O grupo de 17 suspensos já foi ameaçado de expulsão por reincidência no caso de infidelidade partidária. Se Barbudo entrar neste grupo e for expulso, pode encontrar a maneira de se desligar do partido sem perder o mandato e ficar livre para assinar em outra sigla mais alinhada a Bolsonaro.

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