Em depoimento no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, o assessor da liderança do PP João Cláudio Genu admitiu há pouco ter feito saques no Banco Rural no valor total de R$ 700 mil. Ele disse que o deputado mato-grossense Pedro Henry (MT), para quem trabalhava, não tomou conhecimento da operação, que teria sido autorizada pelos deputados José Janene (PR) e Pedro Corrêa (PE).
Interrogado pelo relator do processo contra Pedro Henry, deputado Orlando Fantazzini (Psol-SP), Genu informou ter recebido um telefonema do contador nacional do PP, pedindo-lhe que fizesse os saques. Como ele não conhecia o contador, teria consultado Janene e Pedro Corrêa sobre a conveniência de atender o pedido. Os dois deputados, então, teriam autorizado o assessor a dirigir-se à agência do Banco Rural para retirar o dinheiro.
Genu contou que, após sacar os recursos, os entregava no escritório que o PP mantém no 17º andar do Senado. A partir daí, ele garantiu desconhecer o destino do dinheiro.
R$ 4,1 milhões
Lista apresentada à CPMI da Compra de Votos pelo empresário Marcos Valério de Souza, tido como operador do suposto esquema conhecido como “mensalão”, atribui saques de R$ 4,1 milhões a Genu. Ele desmente esse valor. O assessor disse que só se responsabiliza pela retirada total de R$ 700 mil, dividida em quatro saques.
O depoente explicou aos deputados que trabalhou com José Janene de agosto de 2003 a janeiro deste ano, quando passou a ocupar a chefia de gabinete da liderança do PP na Câmara. Antes de entrar para a equipe de Janene, ele disse que assessorou o ex-deputado Rubem Medina e o deputado Reinaldo Betão (PL-RJ).