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Assembléia quer ajuda do Exército para municípios em estado de emergência

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A Assembléia Legislativa está se dividindo entre ações políticas e sugestões na tentativa de contribuir para contornar as situações de emergência e de calamidade que tomam conta de municípios do Norte e Noroeste de Mato Grosso.

No boletim especial expedido ontem (31), a Superintendência Estadual da Defesa civil do estado alertou que a situação está se agravando naquelas regiões. Informações repassadas pelo coordenador da equipe técnica que estava atuando no local até a manhã de hoje, Major BM João Rainho Ribeiro Júnior, ao superintendente da Defesa Civil do Estado, Domingos Iglesias Valério deram a dimensão do problema.

“A estrada que dá acesso a Juína (737 quilômetros de Cuiabá) está interrompida na altura do Rio Vermelho. A Rede Cemat está com três carretas carregadas com óleo diesel, paradas na estrada, e não consegue chegar a Colniza (1.065km).

O óleo diesel se esgotou e cada um dos dois postos de combustíveis da cidade já forneceu 10.000 litros do produto para manter a energia local. Estão tentando alugar tratores para puxar as carretas carregadas de óleo diesel até a cidade. A partir de hoje (ontem, 31), a energia será racionada para 14 horas/dia”, revelou o boletim de ontem, nº 016/05-Sedec-MT.

Ele informou ainda que, “com as fortes precipitações”, está havendo inundações dos pequenos cursos d’água que banham Juína e infiltrações em lençóis freáticos e fossas – contaminando a água que serve a população, podendo causar surtos epidêmicos.

Para o presidente da Assembléia, deputado Silval Barbosa (PMDB), os efeitos do período cíclico das chuvas precisam ser tratados preventivamente e, para isso, as medidas – tanto políticas, quanto práticas (obras) – vêm sendo buscadas de forma incansável pelos Poderes Executivo e Legislativo. “Não há como mudar esse curso sem as ações contínuas que vêm sendo desenvolvidas simultaneamente pela Assembléia e pelo Governo. Estamos trabalhando juntos”, disse Silval.

No final da manhã de hoje, o presidente recebeu sinal positivo de Domingos Iglesias para uma de suas solicitações. “Uma comissão técnica da Defesa Civil já está pronta para seguir para Peixoto de Azevedo (692km) na próxima segunda-feira (04)”, avisou o superintendente. O trabalho é de levantamento de problemas no município, relacionados ao órgão.

Em uma ação paralela, o líder do governo na Assembléia, deputado Mauro Savi (PPS), encaminhou ainda na tarde de ontem – ao governador Blairo Maggi – um relatório e o Decreto nº 012/2005 (22.03) assinados pelo prefeito de Castanheira (780km), Genes de Oliveira Rios (PPS), declarando situação de emergência naquele município.

O caos de Castanheira, de acordo com Rios, teve um ingrediente a mais – além do “desastre natural”: a “má gestão administrativa anterior”. Entre os problemas relacionados pelo prefeito, estão o “estado de abandono das estradas vicinais” e “as fortes chuvas que assolam a região”. O documento encaminhado a Maggi por Savi diz ainda que as águas estão destruindo e interrompendo o tráfego nas rodovias estaduais que ligam Castanheira a Juruena e a Juína, além das estradas vicinais situadas no município.

“Estamos em contato permanente e recebendo, também, informações sobre os problemas e municípios atingidos. Precisamos continuar unindo forças, buscando soluções alternativas que as viabilizem até o fim do período das chuvas”, salientou Mauro Savi.

Para o representante da região de Sinop (503km), deputado Dilceu Dal’Bosco (PFL), o Governo do Estado também deve buscar um reforço de peso para os problemas provocados pelas chuvas. “Enquanto as chuvas não dão trégua, a situação fica sempre cada vez mais preocupante. Deveríamos tentar, através do governo, a participação do Exército em casos extremos como esses”, disse o parlamentar.

O prefeito de Guarantã do Norte (721km), José Humberto Machado (PFL), revelou para Dilceu outra face do caos instalado pelas chuvas. “Nossa Secretaria de Obras não pára mais na cidade. Todos os problemas passaram a ser emergenciais. As chuvas estão levando pontes, bueiros e estradas, e no meio da lama as ações se tornam precárias”, disse Machado ao deputado.

Situação mais grave ainda aconteceu há cerca de 25 anos em Sinop. No início de 1979, o município ficou isolado e sem qualquer suporte local. Na ocasião, a ajuda veio literalmente do céu – através de aviões do tipo Búfalo, da FAB (Força Aérea Brasileira) – com mantimentos e outros itens para a população.

O prefeito de Colniza, Sérgio Bastos dos Santos (PMDB), também já decretou estado de emergência em seu município e o documento chegou à Defesa Civil. Essa ação é importante para a liberação de cumprimento de formalidades legais e administrativas – como dispensa de licitações e abertura de créditos adicionais – na viabilização de medidas urgentes.

Segundo Domingos Iglesias, pelo menos 19 cidades estão no foco principal das atenções de equipes técnicas da Defesa Civil. São elas: Água Boa, Colíder, Colniza, Cotriguaçu, Juara, Juína, Nova Bandeirantes, Nova Monte Verde, Novo Horizonte do Norte, Paranatinga, Tabaporã, Terra Nova do Norte, Novo Mundo, Guarantã do Norte, Matupá, São José do Rio Claro, Peixoto de Azevedo, Carlinda e Castanheira.

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