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Agronegócio “afasta” interesse de candidatos à Câmara dos Deputados

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Os partidos políticos vão enfrentar problemas para formação de suas chapas de candidatos a deputado federal – a chamada eleição proporcional – para disputar as eleições de outubro. Especialmente os partidos que estão na base de apoio do Governo Blairo Maggi. Tudo por causa da força e do esquema de articulação do agronegócio, hoje principal base econômica de Mato Grosso. Dentro do PFL, PP, PPS, PDT e mesmo os ainda pequenos PV e PSB – sem contar os “nanicos” – pouco são os movimentos em torno de uma candidatura a federal. “Só mesmo aquelas situações já consolidadas, pessoas de grande poder político se mostram animadas” – admitiu um pré-candidato a deputado federal, filiado ao PFL, que já pensa em desistir.

“O agronegócio pretende fazer pelo menos metade da bancada federal” – acentuou o político, ao revelar o esquema montado pelo segmento. “Eles estão em todos os partidos” e estão se movimentando rapidamente. Um exemplo é Erai Maggi, primo do governador. Por mais que o pedetista garanta a todos – inclusive dentro do partido – que ele será candidato ao Senado Federal, as evidências são outras. Eraí deve mesmo sair candidato a deputado federal dentro do PDT. Ele próprio já admitiu que sua candidatura vem do segmento empresarial.

Essa situação, a rigor, ajuda a desmistificar um pouco pretensões e podem revelar outros cenários político-eleitorais. Primeiro porque, hoje, o agronegócio já tem em Jonas Pinheiro (PFL) um representante do setor. Nas horas mais complicadas, Pinheiro está com os ruralistas na votação e indicações. O suplente do senador é um mega-empresário do setor, Gilberto Goelnner, de Rondonópolis, que já fez seu “debut” como senador, com o afastamento de Jonas para tratamento de saúde – tempo usado mais para fazer política. Num eventual acordo, Jonas poderia se afastar de novo, ficando a vaga totalmente garantida para o agronegócio.

Além de Eraí Maggi, outro nome chancelado como candidato produzido pelo agronegócio é o do ex-prefeito de Campo Novo dos Parecis, José Jesus Cassor, que deixou o cargo no dia 30 de dezembro para se dedicar a sua candidatura. Num jogo arriscado – quase sem precedentes na história política – Cassor renunciou ao cargo, a qual havia sido eleito no ano anterior, em 2004, apontando a necessidade da ética e do cumprimento de acordos. E não se fez de rogado ao anunciar a candidatura a vaga federal. “Deve ser um dos eleitos” – frisou.

Um dos fatores que devem inibir candidaturas eminentemente políticas em função do desejo do segmento do agronegócio está na articulação. Caminhonaços, tratoraços e outros “aços” mais, além do forte apelo econômico-empresarial, mostram que a classe, através da Federação da Agricultura de Mato Grosso (Famato) e outras entidades ligadas ao segmento, estão articuladas. Mais que isso: que não vão dispensar o “poder de fogo” e a oportunidade que têm para fortalecer seu poderio político. “O agronegócio está articulado e tem dinheiro para bancar boas candidaturas” – frisou o pefelista.

A disputa, em verdade, será ferrenha nesse campo. São oito vagas disponível. Estão hoje na Câmara Federal: Tetê Bezerra (PMDB), Thelma de Oliveira (PSDB), Celcita Pinheiro (PFL), Carlos Abicalil (PT), Ricarte de Freitas (PTB), Pedro Henry (PP), Welington Fagundes (PL) e Lino Rossi (PP). Exceção de Pedro Henry, que articula sua candidatura ao Senado Federal, e, possivelmente, Ricarte de Freitas, que pode acabar entrando no “chapão” que o PSDB pretende montar com aliados para fazer maioria nas bancadas federais e estaduais, todos sairão candidatos a reeleição. Ou seja: de uma ou, no máximo, duas vagas abertas, já que o fator reeleição influencia.

“Do pessoal que está em Brasília, com certeza, pelo menos de três a quatro não devem retornar: uns pelo fraco desempenho. A vaga deles será do agronegócio. E eles não virão com quantidade, mas com qualidade” – contabiliza. A região Sul de Mato Grosso deverá produzir também um nome do agronegócio em condições de representar o agronegócio. “Os Sacheti não vão deixar passar isso facilmente” – frisou. Um dos nomes mais evocados é o do atual presidente do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), Moisés Sachetti. Outro nome do segmento é de Helmut Laswich, produtor da região de Lucas do Rio Verde, atualmente, suplente.

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