O advogado Eloi Refatti, do empresário Luiz Antônio Vedoin, disse hoje que “não existe nada contra o [senador petista Aloizio] Mercadante. [Vedoin] não tentou vender nada contra ele. Senão já teria apresentado. Digo isso com toda a certeza”.
Segundo Refatti, como Vedoin tinha o benefício da delação premiada, tudo o que podia ser dito sobre algum parlamentar já foi dito. “Eles não são bobos de acusar ninguém sem indícios”, disse.
“A situação dele [Vedoin] já está bem complicada para fazer uma afirmação dessas”, afirmou o advogado sobre as declarações de hoje do empresário paulista Abel Pereira e seu advogado, Eduardo Siqueira Rodrigues.
Rodrigues disse que seu cliente foi procurado por Vedoin, que teria oferecido documentos contra o senador petista Aloizio Mercadante. Abel Pereira, segundo seu advogado, disse à Polícia Federal que o dossiê continha “documentos que os Vedoin teriam e que poderiam comprometer a candidatura de Mercadante ao governo de São Paulo. Poderiam influenciar a eleição”. Mercadante foi derrotado pelo candidato tucano José Serra no primeiro turno.
Vedoin está preso em Cuiabá. O advogado entrou com habeas corpus no Tribunal Regional Federal (TRF), que deverá ser julgado na semana que vem.
Abel Pereira terminou seu depoimento na Superintendência da Polícia Federal (PF) em Cuiabá (MT). Ele é suspeito de ter participado do esquema de compras de ambulâncias superfaturadas e desvio de dinheiro público, um esquema desmontado pela PF na Operação Sanguessuga.
No depoimento que concedeu à PF, Luiz Antônio Vedoin, dono da Planam (a empresa acusada de liderar o esquema), apontou Abel Pereira como intermediário na liberação de verbas no Ministério da Saúde durante a gestão de Barjas Negri, que no governo de Fernando Henrique Cardoso foi secretário-executivo de José Serra e depois ministro da Saúde.