A Polícia Judiciária Civil, por meio da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), realizou o interrogatório, hoje de manhã, do soldado da Polícia Militar, suspeito de efetuar disparos que vitimaram um homem, de 31 anos, em uma chácara em Várzea Grande, no último domingo.
Na delegacia, o soldado apresentou versão de que estava de folga, resolveu passear com sua motocicleta e, ao passar pelo local onde acontecia um evento de som automotivo, decidiu entrar. Ele afirmou ter pago R$ 20 pela entrada e permanecido no local por algum tempo. Declarou que quando estava indo para o estacionamento para ir embora, encontrou um amigo com quem ficou conversando, momento em que ouviu disparos de arma de fogo.
Ainda de acordo com o depoimento, o soldado afirmou que instintivamente, seguindo seu treinamento, e sem saber se os disparos eram em sua direção ou de outra pessoa, se abaixou, já sacando sua arma e se virando em direção ao local de onde partiam os disparos. Ele declarou ter verbalizado: “Polícia, larga a arma”, mas o homem teria apontado a arma em sua direção, o que o levou a efetuar dois disparos.
Ainda em interrogatório, o soldado declarou que tentou acionar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas teria ouvido murmúrios do tipo “vamos pegar esse policial”, e decidiu deixar o local, temendo por sua segurança. O policial afirmou ter se apresentado no dia seguinte aos oficiais da PM.
A DHPP prossegue com as investigações para apurar todas as circunstâncias do homicídio em inquérito policial presidido pelo delegado Marcelo Fernandes Jardim. Duas armas de fogo, apresentadas pelo policial (um revólver calibre 38, sem numeração aparente, que teria sido usado pela vítima, e uma pistola 840, de uso do soldado) serão encaminhadas para Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec).
Além do interrogatório do autor dos disparos, quatro testemunhas identificadas serão formalmente ouvidas na delegacia, segundo o delegado. “Eventual legitima defesa ou excesso por parte do policial serão apurados no curso da investigação para a devida apreciação do Ministério Público e Judiciário”, explicou, por meio da assessoria.