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Quadrilha que assaltou três bancos em MT é desarticulada em operação

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Uma quadrilha especializada em roubo a agências bancárias foi desarticulada pela Polícia Judiciária Civil. Dez integrantes do bando responsável pelos ataques a três agências bancárias do interior do Estado foram presos, nesta semana, pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO). Também foram apreendidos uma submetralhadora, três pistolas, uma carabina, utilizados nos assaltos às agências das cidades de Aripuanã, no dia 3 de março do ano passado; em Nova Mutum, em 2 de julho; e Campo Novo do Parecis, em 2 de dezembro.

Os presos foram apresentados, hoje pela manhã, na sede da Diretoria Geral da Polícia Judiciária Civil, em Cuiabá, pelo delegado responsável pelas investigações, Luciano Inácio da Silva, juntamente com o delegado geral adjunto, Sebastião Finotto, o diretor de Atividades Especiais em exercício, Milton Teixeira, e o delegado Wladimir Fransosi, chefe do Grupo de Operações Especiais (GOE).

Os acusados tiveram mandados de prisão temporária (30 dias) cumpridos durante esta semana, na operação “Lacraia”, realizada silenciosamente nas cidades de Cuiabá (com 4 presos), e Várzea Grande (6 presos), onde os acusados mantêm residências. Uma vez presos, os policiais do GCCO e do GOE cumpriram também mandados de buscas e apreensão em várias propriedades dos suspeitos, onde foram encontrados o armamento, R$ 14,4 mil, e oito veículos adquiridos com o dinheiro roubado (caminhonete L200 Triton, Renault Sandero, Astra, Mercedes, Saveiro, Gol, Fiesta, motocicleta XT 670), além de vários aparelhos celulares, diversos cartões de créditos para celulares, munições, lanterna, roupa camuflada.

Os roubos foram praticados pela quadrilha liderada por Sílvio César de Araújo, 37 anos, o “Cabelo de Bruxa”, bandido com vasto histórico criminal. O acusado foi investigado e indiciado pelo GCCO em 2003, quando foi apreendido em poder de sua quadrilha 5 fuzis AK-47 calibres 762, 2, espingardas calibres 12 e 1 pistola calibre 40. O armamento seria usado para roubar agências bancárias instaladas na cidade de São José do Rio Claro. Ele havia trazido uma quadrilha de Goiás para roubar agências em Mato Grosso.

O delegado Luciano Inácio, disse que todos os presos integram uma quadrilha organizada, que tem o crime como meio de vida, tanto que nenhum deles exerce qualquer tipo de atividade lícita. “Investigamos uma quadrilha organizada, cliente do crime organizado, no tocante à aquisição de armamento, drogas e falsidade documental. É o que ficou patente no curso da investigação”, conta o delegado.

De acordo com as investigações, a carreira criminosa de Silvio César de Araújo é espelhada na trajetória de seu irmão José Maria de Araújo, ladrão de banco condenado a quase 100 anos de prisão. Ele encontra-se recolhido no Presídio Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte. Estava no presídio de Papuda, no Distrito Federal, mas teria ameaçado de morte o diretor dessa penitenciária e, em razão disso, foi transferido para Mossoró. O pais dos irmãos, Divino Marino de Araujo, 68, era o responsável pela confecção de documentos de identidade falsas da quadrilha. Ele mantinha um escritório de documentos falsos e atendia membros de quadrilhas daqui e de fora do Estado. “Esse indivíduo articula assaltos no Estado e traz pessoas para atuar aqui. Ele viabiliza a logística para os crimes”, informa Luciano Inácio.

Também compõem a quadrilha Sérgio Nunes da Silva, 26 anos, o “Lacraia”, Sinval Machado Xavier, 29 anos, o “Sinval”, Divino Marino de Araujo, 68 (pai do Silvio César), Paulo Alves de Souza, 44, “Tiozinho”, Marcos Antonio de Assis Machado, 27, “Marcão, Fernando Cícero de Oliveira Mendes, 24, o “Fernando Bombado, José Hamilton da Silva, 24 anos, o “Ceará” (Também atende por Severino Rodrigues da Silva), natural de Aurora (CE), Jefferson Ferreira de Arruda, 25 anos, o “Ereca”, Clóvis da Silva Veiga, 26, o “Branquinho. Quatro integrantes nasceram em Mato Grosso e os demais no Distrito Federal, Goiás, Ceará, Rondônia e Minas Gerais.

Para o delegado Luciano Inácio a prisão da quadrilha estabelecida em Mato Grosso vai contribuir para diminuições dos roubos de agências no Estado. “A Polícia Civil deu um importante passo com a prisão da dessa quadrilha”, disse. O delegado geral adjunto, Sebastião Finotto, disse que a Polícia Civil buscou concentrar as investigações na Gerência, mesmo os roubos praticados no interior, para que o resultado fosse alcançado.

As prisões foram efetuadas pelos policiais do GCCO em conjunto com o Grupo de Operações Especiais (GOE), da Polícia Judiciária Civil. Os mandados de prisão foram expedidos pela Comarca de Campo Novo do Parecis.

NOVO CANGAÇO
As agências bancárias de Nova Mutum, Aripuanã e Campo Novo do Parecis foram alvos de criminosos que agem na modalidade “Novo Cangaço”, cuja ação criminosa causa terror à população. São quadrilhas fortemente armadas com fuzis e submetralhadoras que utilizam pessoas como escudo de proteção, inviabilizando qualquer intervenção policial no momento. “O melhor momento para investigar e prender esses criminosos é antes ou depois da ação”, afirma o delegado Luciano Inácio.

Armas, munições e dinheiro apreendidas com o grupo.
A expressão “Novo Cangaço”, é uma alusão às ações criminosas praticadas por cangaceiros que, no século passado, agiam em grupos e fortemente armados para roubar e espalhar terror no agreste pernambucano, sendo que o seu maior expoente foi Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião. Entre os anos de 1998 a 2010, foram contabilizadas 25 ocorrências em cidades do interior do Estado de Mato Grosso.

De acordo com o delegado Luciano Inácio, depois dos assaltos os bandidos se refugiam na mata e por lá ficam por cerca de dez dias, tempo necessário para cerco policial ser desmontado. Eles sobrevivem de comida pré-preparada (rapadura, farinha e farofa). “Os cangaceiros modernos diferem daqueles do passado, pois atuam camuflados por vestuários especiais (jaquetas, luvas e balas-clava), apenas olhos e bocas ficam expostos”, explica.

O nome da operação “Lacraia” é alusivo ao animal peçonhento das espécies de centopeias, extremamente ágeis, que vivem em ambientes húmidos sob folhas e troncos podres, à procura das presas com que se alimentam.

Presos:
1. Sílvio César de Araújo, 37, líder.
2. Divino Marino de Araujo, 68, pai do Silvio.
3. Paulo Alves de Souza, 44, “Tiozinho”
4. Marcos Antonio de Assis Machado, 27, “Marcão”
5. Fernando Cícero de Oliveira Mendes, 24, o “Fernando Bombado “
6.José Hamilton da Silva, 24 anos, o “Ceará” (também atende por Severino Rodrigues da Silva), natural de Aurora (CE)
7.Clóvis da Silva Veiga, 26, o “Branquinho
8. Jefferson Ferreira de Arruda, 25 anos, o “Ereca”,
9. Sinval Machado Xavier, 29 anos, o “Sinval”,
10. Sérgio Nunes da Silva, 26 anos, o “Lacraia”.

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