A Polícia Civil pediu a prorrogação por mais cinco dias da prisão temporária dos quatro presos na operação "Tesouro", deflagrada na última terça-feira, pela delegacia de Guiratinga e a Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), para desarticular uma quadrilha acusada de roubar mais de R$ 1 milhão em defensivos agrícolas, na região Sul de Mato Grosso. Os produtos eram vendidos ou trocados por carros, armas, barcos e equipamentos eletrônicos.
Após a prisão deles, a Polícia Civil descobriu que o grupo iria executar, esta semana, dois roubos, um de defensivos e outro de gado, em duas fazendas da região. "Eles já tinham contratado o caminhão para carregar o produto e o gado", disse a delegada de Guiratinga, Ligia Pinto Silveira.
Na operação, a Polícia Civil recuperou 375 caixas de duas marcas diferentes de defensivos, líquido e em pó. O produto foi localizado escondido dentro de uma casa de alvenaria, no assentamento rural “Beleza”, localizado no município de Juscimeira (região Sul). A casa estava vazia quando os policiais chegaram ao local.
De acordo com a delegada, a carga pertence ao lote roubado de uma fazenda do município, ocorrido este ano, de onde foram levados mais de R$ 200 mil em agrotóxicos. A delegada informou que foram recuperados mais da metade dos produtos e já restituído ao proprietário.
Na operação, as equipes policiais deram o cumprimento a quatro dos cinco mandados de prisão temporária e oito de buscas e apreensão, que resultaram na apreensão também de cinco veículos (1 Gol, 1 Blazer, 1 Astra e 2 motos), 1 pistola, celulares e notebook.
De dezembro do ano passado ao começo de abril, a quadrilha roubou mais de R$ 1 milhão em defensivos agrícolas de três fazendas de Guiratinga. O primeiro roubo ocorreu em 18 de dezembro, em uma fazenda, localizada no distrito de Tesouro. Na ocasião, 15 homens fortemente armados invadiram a propriedade rural, renderam funcionários e saíram carregando mais de R$ 600 mil em agrotóxicos, um veículo Strada e uma espingarda calibre 12. O veículo foi abandonado posteriormente.
No segundo roubo foi praticado em janeiro e foram levados R$ 300 mil de defensivos de outra fazenda e no terceiro cometido no dia 5 de abril foram subtraídos R$ 200 mil de outra fazenda.
De acordo com as investigações, E.J.C. era o articulador dos roubos. O suspeito que tinha mandado de prisão expedido por outros crimes recebia informações de M.L., ex-morador de Guiratinga, que conhecia as propriedades rurais da localidade. "Ele fazia os levantamento e passava para E.J.C. que executava os roubos na companhia de outros envolvidos", disse a delegada Lígia.
Conforme as investigações, o suspeito D.P.O., que ainda está foragido, está envolvidos em homicídios e roubos de caminhonetes, levada para a Bolívia e Paraguai e, possivelmente, trocadas por entorpecentes. "Já interroguei todos e pedi a prorrogação para finalizar a investigação no prazo de dez dias. Temos ainda que analisar os computadores, celulares, checar a origem dos carros e possivelmente haverá necessidade de interrogá-los novamente", finalizou a delegada.
Os presos respondem por roubos e formação de quadrilha. Eles estão recolhidos na cadeia de Rondonópolis.