Nove veículos de pequeno porte, a maioria camionetes, e três caminhões estão entre os bens apreendidos pela Polícia Civil durante a Operação La Catedral, deflagrada na semana passada para cessar um esquema criminoso liderado por um preso da cadeia de Primavera do Leste (243 quilômetros de Cuiabá) e o diretor da unidade. O esquema consistia na compra de facilidades, movimentação de dinheiro obtido ilegalmente e, ainda, oferta de vantagens ilícitas a servidores públicos.
Os veículos estão sob guarda da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Primavera E terão a destinação autorizadas pela justiça – dentre eles três caminhões apreendidos com apoio da Polícia Rodoviária Federal sendo dois conjuntos completos de carreta (trator e semirreboques), além de um caminhão-baú, pela Polícia Civil, todos em Primavera.
Para legitimar os valores recebidos, os investigados, liderados pelo preso, de 30 anos, utilizaram pessoas jurídicas e físicas para movimentar valores ilícitos e adquirir bens móveis e imóveis a fim de dar aparência de legalidade ao dinheiro ilícito. Ele abriu empresas, arrendou propriedade na zona rural e ainda fez construções imobiliárias, algumas com a mão de obra de presos da cadeia de Primavera do Leste, detalhou a Polícia Civil.
A operação La Catedral foi desencadeada no último dia 07 com o cumprimento de 132 ordens judiciais, entre prisões, buscas, bloqueio e sequestro de bens. Segundo a Polícia Civil, uma das camionetes apreendidas, Toyota Hilux, estava estacionada em frente à cadeia. Com essa camionete, a Polícia Civil aponta que o reeducando saía da unidade prisional e circulava livremente pela cidade para gerenciar seus negócios e retornando apenas no período noturno.
Entre outros bens sequestrados pela Polícia Civil, ligados a ele, estão ainda tratores e mais de 150 cabeças de gado, depositados em uma fazenda da região de Primavera do Leste. Dados analisados do relatório de inteligência do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) demonstraram transações realizadas entre os próprios investigados, corroborando, assim, os vínculos típicos de associação criminosa.
Entre fevereiro de 2022 e novembro do ano passado foram feitas movimentações bancárias em valores que vão de R$ 485 mil a R$ 24 milhões. Além das transações entre si, os investigados também receberam créditos e efetuaram depósitos em contas bancárias de presos ou familiares de presos.
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