A Polícia Federal de Sinop prendeu hoje, em Sorriso, duas pessoas envolvidas com quadrilha especializada em fraudes para regularização em títulos de terras públicas da União. Os dois estavam no projeto de assentamento Santa Rosa 2. Outro alvo em Mato Grosso é de Mirassol D’Oeste. A justiça mandou prender 8 pessoas e cumprir 13 mandados de buscas e apreensão em Macapá (AP), Cascavel (PR). São alvos dos mandados, na Operação Miríade, servidores da Superintendência do Patrimônio da União, Agência Nacional de Mineração, Terra Legal e Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA/AP).
A operação de hoje – desencadeada pela PF do Amapá- é um desdobramento da Operação Fast Food, deflagrada no início deste ano, que investigou negociações ilegais para a venda de permissões de lavra garimpeiras (PLG’s) entre servidores da Agência Nacional de Mineração e empresários no Paraná e Mato Grosso, pelo preço de R$ 10 mil cada. Os nomes dos presos não foram informados.
Segundo a investigação, o grupo, integrado por servidores públicos, catalogava áreas para legalização fundiária, realizava fraudes no Sistema de Gestão Fundiária bem como falsificações de documentos públicos, objetivando dar aparente legalidade a posses irregulares de terras da União, para pessoas interpostas (empresários). “Ficou apurado que as terras públicas da União eram oferecidas à venda pelos servidores aos empresários pelo valor de R$ 1 mil o hectare. Foi ofertado um total de 60 mil hectares, que poderia gerar um prejuízo de aproximadamente R$ 60 milhões aos cofres públicos, evitado pela presente investigação. Os investigados responderão, na medida de suas responsabilidades, pelos crimes de organização criminosa, corrupção ativa/passiva, falsificação de documento público, inserção de dados falsos em sistema de informação, estelionato qualificado e falsidade ideológica. Se condenados, as penas somadas podem chegar a 45 anos de reclusão”, informa a assessoria da PF.
Miríade é o nome dado a um numeral grego que é equivalente ao valor de dez mil. Na língua portuguesa, no entanto, a palavra miríade também costuma ser aplicada no sentido figurado para representar uma quantidade elevada de alguma coisa, mas de valor indefinido.
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