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Polícia Federal de Mato Grosso pode indiciar mais de 15 laranjas por dossiê

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O delegado Diógenes Curado Filho pretende indiciar mais de 15 pessoas sob a acusação de terem atuado como laranjas no episódio do dossiê antitucano. Os indiciamentos por crime contra o sistema financeiro nacional dependem apenas do retorno do inquérito à Polícia Federal de Mato Grosso.

O ministro Sepúlveda Pertence, do Supremo Tribunal Federal (STF), deve decidir nos próximos dias se acompanha, ou não, o parecer do procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza. Emitido na última sexta-feira, o parecer recomenda ao STF a anulação do indiciamento por crime eleitoral do senador Aloizio Mercadante (PT-SP), que tem foro privilegiado.

Os laranjas teriam sacado em casas de câmbio parte do montante (R$ 1,75 milhão) utilizado na negociação do dossiê. A principal agência é a Vicatur, localizada em Nova Iguaçu (RJ), na Baixada Fluminense. Relatório final do inquérito informou que os US$ 248,8 mil apreendidos com os emissários petistas Valdebran Padilha e Gedimar Passos, presos em setembro na capital paulista, saíram de Miami (EUA), passaram por um banco alemão e pelo Sofisa antes de chegarem à Vicatur, onde foi retirada quase a totalidade dos dólares por meio de operações realizadas por laranjas.

Além do Rio de Janeiro, a PF suspeitou de que o esquema também pode ter usado laranjas em Minas Gerais. Curado Filho deve indiciá-las por meio de carta precatória.

“Ainda vou pedir o cruzamento de ligações telefônicas”, disse Curado Filho, sobre a continuidade das investigações. Ele considerou “preocupante” a anulação do indiciamento de Aloizio Mercadante e disse que faltou uma série de diligências para a PF conseguir chegar à origem do dinheiro no ano passado. À época, o procurador da República em Mato Grosso, Mário Lúcio Avelar, informou que pediria mais investigação, porém o juiz Jefferson Schneider, da 2ª Vara Federal de Mato Grosso, declinou da competência para processar e julgar Mercadante.

Curado Filho informou que ainda não teve acesso ao parecer do procurador-geral da República para definir outras ações. Pressionada a explicar o caso à sociedade no ano passado, a polícia concluiu o inquérito após 96 dias de investigação com mais de mil quebras de sigilo telefônico, um milhão de movimentações bancárias analisadas e a tomada de 29 depoimentos.

Os donos da Vicatur – Fernando Ribas e Sirlei Chaves – já foram indiciados em outubro por lavagem de dinheiro e crime contra o sistema financeiro nacional. Ao menos R$ 1 milhão do dinheiro apreendido seria para pagar Luiz Antonio Trevisan Vedoin, um dos chefes da máfia das ambulâncias e fornecedor do material que supostamente comprometeria candidaturas tucanas.

Valdebran Padilha, Gedimar Passos e o ex-assessor de Mercadante, Hamilton Lacerda, foram indiciados por lavagem de dinheiro. Conforme a reportagem apurou, o parecer da Procuradoria-Geral da República surpreendeu o trio, pois a expectativa era que o caso prosseguisse no STF para não terem de responder pelo crime na justiça comum

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