Os investigadores da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) vão fazer nesta terça-feira, a partir das 8h, na área central de Sinop, a reconstituição da morte do empresário Edmilson Martins de Lima (foto), 37 anos, que foi atingido por um tiro da pistola 380, disparado pelo soldado da Polícia Militar Jhonatan Ulysses, 28 anos, no dia 23 passado.
O delegado de Polícia Civil, Ângelo Reck, disse anteriormente, que a briga envolvendo o soldado e o empresário foi por causa de um leve acidente de trânsito. Segundo o delegado, as imagens das câmeras de segurança mostram que o desentendimento entre os dois, no centro de Sinop, a cerca de 100 metros da delegacia. O policial teria tentado dialogar com Edmilson, se manteve afastado, mas houve uma briga corporal, os dois caíram e houve o disparo. Ugo disse que o policial agiu em legítima defesa, seguindo o treinamento de defender a arma sobre qualquer circunstâncias, já que a vítima teria tentado pegar a pistola.
O policial entregou a arma na delegacia com11 munições e uma foi disparada na briga. “Antes mesmo que eu chegasse na delegacia, o policial já estava aqui, tinha se apresentado. Logo após os fatos ele telefonou para os bombeiros para dar socorro para vítima e pediu apoio policial em razão do número de pessoas que tinha no local, alguns amigos da vítima estavam alterados. Eu conversei com ele, fui ao local dos fatos, vi a vítima no local, conversei com testemunhas, analisei as imagens das câmeras de segurança e o conjunto das informações e das provas levantadas até aquele momento levam a crer que o policial agiu, na medida do possível, em legítima defesa. Ele não teve muita opção, a vítima tinha um porte físico muito maior que o dele. Pelo que as testemunhas e as imagens mostram, a vítima procurou o policial por duas vezes após ela ter causado uma colisão, que só provocou uns raspados no para-choque (de um dos veículos). Uma bobagem que poderia ter terminado de outro jeito”. “Tem três arranhões no carro da vítima. Não era para tanto, infelizmente. Não sei por quais razões a vítima (Edmilson) poderia estar alterada por ter ingerido bebida alcoólica, não sei, mas isso eu não sei, isso tem que ser apurado”.
Ugo explicou que decidiu não prender o policial, não lavrando “o flagrante porque tem essa previsão no código penal com a apresentação espontânea, somados a outros elementos de prova” mas o inquérito policial para apurar os fatos está instaurado normalmente. O delegado também disse que o disparo ocorreu depois que o empresário e o policial estavam no chão, durante as vias de fato. “Ele acabou conseguindo fazer o saque (arma) porque até o momento não tinha feito saque e viu que não tinha outra opção. O disparo onde pegou não foi proposital onde pegou. Pegou por acidente, poderia ter pego na barriga, no ombro, na perna, qualquer lugar”, acrescentou.
O delegado acrescenta que o fato de Jhonatan ter feito um disparo favorece a comprovação da legítima defesa tendo em vista que de 12 disparos apenas um foi efetuado e depois que eles estavam no chão, rolando, por intenção da própria vítima que chegou a ir de encontro ao policial”, afirmou.
O corpo de Edmilson Martins de Lima foi trasladado de avião e sepultado em Maringá (PR) onde residia.