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Polícia de Mato Grosso próxima de solucionar chacina de 3 pessoas da mesma família

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O delegado Márcio Pieroni, titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), foi o responsável pelas investigações iniciais que culminaram com o pedido de prisão temporária de quatro acusados de participação na chacina, dois deles reconhecidos pela sobrevivente. Todos foram colocados em liberdade, alegando que confessaram mediante tortura. Um deles foi executado posteriormente. Mas a partir daí as investigações “misteriosamente” não avançaram. Recentemente promotores que atuam na vara de crimes contra a vida revelaram que existem cerca de mil inquéritos inconclusos onde os responsáveis nunca foram punidos. A chacina “La Mané” é um deles e foi reaberto com trabalho conjunto do Ministério Público e DHPP.

A sobrevivente do crime, Ivone Socorro da Silva, 37, ficou 17 dias em Cuiabá, deixando o estado na sexta-feira (15). Foi a partir dos depoimentos dela que o inquérito policial foi praticamente refeito, informou Pieroni, mas seguindo a mesma linha inicial. Na manhã de sexta-feira foi realizada a acareação entre Ivone e a pessoa a quem foi atribuído o crime, um dos filhos do comerciante “La Mané”. Ambos ficaram frente à frente, quando Clébio José Machado de Lima mais uma vez confirmou que havia ameaçado o pai de morte, dias antes do crime. Na briga ele teria dito que “ou ele ou o pai carregariam um a alça do caixão do outro”. A discussão chegou, na época, a ser comentada por Mané com outros irmãos, para quem o comerciante teria narrado o fato, chorando.

Acompanhado do advogado durante a acareação, ele continuou negando ser mandante do crime, diante da polícia e da viúva do pai. Ivone, que sobreviveu depois de permanecer cerca de 10 dias em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), aponta que a ambição motivou a execução do marido e do filho, de apenas oito anos. Ela diz que Clébio, envolvido com tráfico de drogas, não aceitava a decisão do pai de colocar todos os bens dele em nome do menino. Segundo ela, ele já havia feito uma partilha dos bens que distribuiu aos três filhos do primeiro casamento. Mas Clébio sempre pressionava o pai por mais dinheiro.

Ivone, que ficou seis meses sob proteção da polícia, deixou Mato Grosso ainda no ano de 2001. Assegura que não conseguiu mais reconstruir a vida com a perda do filho e marido. Não se casou e disse que não pretende ter mais filhos. Uma das últimas cenas que se lembra da noite do crime foi de dizer ao filho, que ainda estava vivo depois dos tiros, que iria pedir ajuda para salvá-lo. Ela mesma só não foi morta porque mesmo atingida por nove tiros ficou imóvel. Na época Ivone já havia reconhecido Marquessemedici Corrêa dos Santos, 28, como um dos executores, e Marcos Ribeiro de Campos, 21, o “Cenoura”, como o homem que fez menção de estuprá-la, antes do crime. “Cenoura”, quando foi preso, confessou o crime, mas foi executado depois de colocado em liberdade.

Pieroni diz que nos próximos dias o inquérito será remetido novamente ao MP, apontando o mandante, os executores e um novo nome do intermediador dos crimes. Seria a pessoa que contratou os quatro envolvidos na execução. Pieroni prefere não antecipar os nomes, mas garante que a motivação do crime foi a ambição. O delegado diz não ter como explicar os motivos que levaram a estagnação das investigações sobre o caso, que depois de reaberto já resultou em pelo menos 20 depoimentos. Inclusive dos principais suspeitos que haviam mudado de endereço e foram localizados.

O crime – Manoel, a esposa, o filho e o sobrinho retornavam da Fazenda Formosa, de propriedade de Manoel, na noite do dia 8 de abril de 2001, como faziam todos os domingos. Próximo a uma das porteiras, se depararam com dois homens armados. Eles renderam a família, amarram Manoel e a esposa e assumiram o volante da caminhonete F-1000 da vítima. Todos foram colocados na carroceria, mas como os criminosos tinham dificuldades em dirigir o carro, “Mané” foi obrigado a ajudá-los, mesmo já tendo sido atingido por um tiro no abdome. Andaram por mais alguns quilômetros. Deixaram as vítimas no chão, amarradas e vigiadas. O veículo deixou o local por algum tempo e voltou. Foi quando começou a execução. Ivone, gravemente ferida, caminhou até o Posto das Mangueiras, as margens da BR-364. Após 20 minutos no local um carro da PM chegou e a levou ao pronto-socorro, quando ela já afirmava que o filho de “Mané”, Clébio, havia mandado matar a família.

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