O policial militar Mário Mendes Markoski, 44, foi preso ontem em companhia de Fábio Tavares Rubim Toledo, 24 e Cleiton Lopes dos Santos, 30, todos de Sinop, acusados de cobrança de dívidas com ameaça e extorsão, dirigidas ao empresário Marco Antonio Dias de Brito, 35, proprietário do Posto Carreteiro.
Logo depois do almoço, por volta de 13:30 horas, o empresário foi visitado pelos três elementos que, trajando roupas pretas, tentaram intimidá-lo. Os três chegaram numa L200 preta. Ao chegarem no estabelecimento os três foram atendidos no escritório da empresa e um deles chegou a dizer que vinha a mando de uma pessoa identificada por Agnaldo, da empresa FAIDIGA de Sinop, empresa distribuidora de combustível. Eles apresentaram dois cheques endossados pela vítima. O valor total da dívida girava em torno de 12 mil reais e a vítima disse que não tinha como saldar o montante, no que foi interpelado e informado que os três não iriam embora sem acertar o valor, queriam receber de qualquer maneira. Um dos elementos chegou a ‘convidar’ Marco a entrar na L200 para dar uma volta, mas este avisou que não iria. O homem então, ameaçadoramente, disse que o pegaria quando ele saísse de casa.
Durante a ‘negociação’, o empresário chegou a propor a assinatura de 12 duplicatas no valor de R$ 1.000,00 cada, proposta que não foi aceita pelos trio. Um dos homens chegou a dizer que o empresário não queria pagar a conta. Eles deram 40 minutos para que o empresário fizesse o pagamento e avisaram que voltariam em seguida. Saíram dizendo que iriam ‘fazer outro serviço’.
Um policial a paisana estava no posto e acompanhou parte do diálogo, avisado pelo empresário, chamou reforço. Sem que o trio soubesse a polícia já estava em seu encalço. Os três não chegaram nem a sair das proximidades do posto quando foram abordados e levados até a Delegacia de Polícia Regional para lavratura de ocorrência policial.
Segundo o delegado regional Geraldo Idelfonso, a ocorrência será definida como crime de extorsão, sendo que os três elementos estavam utilizando de truculência para receber uma dívida. “A vítima foi bastante ameaçada e ela comunicou o policial que, após cientificar do fato me comunicou e eu determinei uma equipe para se encaminhar até o local”, disse o delegado.
Policial Militar com 22 anos de carreira, Mário Mendes Markoski, em nenhum momento teria se identificado como tal, no entanto ele carregava uma pistola 380 mm de sua propriedade e que não tinha documento. Ele também será enquadrado por porte ilegal de arma. “No momento em que ele chegou lá ele não falou para a vítima que era um policial militar, mas deu parecer que estava realmente armado”, relata o delegado.
Os três foram presos, autuados em flagrante e junto com eles foram apreendidos vários cheques que serão frutos de investigação durante o dia de hoje. Não está descartado que eles façam parte de uma empresa de cobranças. Um dos elementos, Fábio Tavares Rubim Toledo tem passagens na delegacia em Mato Grosso do Sul.
Tranqüilidade – Apesar da participação de um policial militar no caso, o delegado regional procurou tranqüilizar a população avisando que a polícia está atenta e que os casos que forem acontecer. Mesmo envolvendo policiais, serão tratados com todo o rigor necessário. Esse é o segundo caso em menos de 20 dias envolvendo policiais. No final do ano, o policial civil Telmo Luciano Guimbor participou de um latrocínio onde um balseiro foi morto em Carlinda. Em todas as instituições existem pessoas boas e pessoas más, agora, o que nós fazemos é isso, descobrindo que tem funcionário envolvido nós temos que agir rápido e mostrar para a sociedade que nós não estamos aqui para dar cobertura para quem quer que seja”, finaliza o delegado.