A Polícia Judiciária Civil de Barra do Garças (509 quilômetros de Cuiabá) deflagrou, ontem, a operação “Paideia” para cumprimento de dois mandados de busca e apreensão, em uma empresa investigada pela venda de diplomas falsos do ensino médio na cidade e região. Com base em investigações da Polícia Civil, durante diligências, foi identificado que os proprietários da empresa faziam diversas publicidades nas redes sociais, sobre como concluir o ensino médio em apenas dois meses, sendo ainda oferecido ao aluno quando se tratar de caso de urgência, a possibilidade de concluir todas as etapas do curso em apenas 15 dias.
A empresa se intitulava uma extensão de um instituto sediado em Cuiabá, o qual possui autorização para ministrar cursos na modalidade Educação de Jovens e Adultos à distância, em Mato Grosso. No entanto, os proprietários, ao tomarem conhecimento dos fatos, informaram que no ano 2015, foi feito um termo de reciprocidade com a empresa para oferecer cursos do ensino médio na cidade de Barra do Garças. Contudo a demanda não correspondeu ao esperado e, em seu sistema não constavam alunos que tivessem concluído o curso dentro dos critérios estabelecidos pelo instituto e exigidos pela Secretaria Estadual de Educação e, que ainda, possíveis os diplomas e históricos escolares expedidos seriam falsos.
De acordo com o delegado que coordena as investigações, Wilyney Santana Borges Leal, os policiais entraram em contato com a empresa suspeita e conversaram com uma das proprietárias dizendo que precisariam de um diploma do ensino médio para matricular em uma faculdade de medicina, com urgência na expedição do diploma para não perder a vaga.
“Na ocasião, a responsável pela empresa disse que precisaria apenas de alguns documentos pessoais do candidato e o pagamento do valor de R$ 1,2 mil, para posteriormente enviar no mesmo dia, via e-mail, algumas provas, as quais após ser respondidas deveriam ser devolvidas para correção. Na sequência do trâmite, em apenas seis dias o diploma já estaria confeccionado”, contou o delegado, por meio da assessoria.
Durante o cumprimento dos mandados de busca e apreensão, foram apreendidos computadores, aparelhos celulares, carimbos falsificados em nome do instituto, papéis especiais para emissão dos diplomas, diversos contratos de prestação de serviços e nove diplomas e históricos escolares do ensino médio falsificados que ainda não tinham sido entregues aos alunos.
As investigações apontam que pelo menos 150 pessoas tenham obtido certificados falsos do ensino médio através da empresa, sendo que boa parte já cursaria Universidades e cursos técnicos com a utilização do diploma.
A operação recebeu o nome de “Paideia” em uma alusão ao antigo sistema educacional grego, que acreditava na boa formação moral e individual através do ciclo completo, onde o aluno estaria apto para liderar e ser liderado, preocupando assim com a formação perfeita do individuo.