terça-feira, 16/abril/2024
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Polícia faz nova operação de fraudes ambientais em MT; ex-superintendente da Sema é preso de novo

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Redação Só Notícias (foto: assessoria/arquivo)

A quarta fase da operação Polygonum foi deflagrada, esta manhã, pela Polícia Judiciária Civil. São cumpridos cinco mandados de prisão preventiva contra pessoas envolvidas ativamente nas fraudes identificadas em procedimentos da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema). Os mandados foram expedidos pelo desembargador Orlando de Almeida Perri, do Tribunal de Justiça. Não foram informados nomes nem as cidades onde as ordens estão sendo cumpridas. O ex-superintendente de Regularização e Monitoramento da Sema, João Dias Filho, voltou a ser preso, hoje. Ele havia sido preso em outra fase da investigação. Mais 4 pessoas estão sendo procuradas.

Conforme Só Notícias já informou, na semana passada, a outra fase da Operação Polygonum, realizada pelo Ministério Público do Estado e Delegacia Especializada de Meio Ambiente, resultou em mais de 20 prisões (em Sinop, Cuiabá e demais cidades) e no cumprimento de 12 ordens buscas e apreensões expedidas pelo tribunal. A operação é originária de investigação que apura esquema no sistema de regularização e monitoramento de propriedades rurais e instrumentalizados no Cadastro Ambiental Rural (CAR).

Foram apuradas diversas formas de fraudes, sendo uma delas por deslocamento de polígonos. Nessa modalidade, por exemplo, o engenheiro contratado pelo proprietário apresenta informações falsas para o órgão ambiental, deslocando a localização do imóvel rural desmatado para local onde há cobertura florestal. Esse procedimento é feito no sistema da SEMA e a área se mostra com aparência de legalidade.

O órgão ambiental, cooptado, aprova o Cadastro. Estando tudo regular é possível expedir APF (Autorização Provisória de Funcionamento), indicando total regularidade ambiental. Com esse documento pode-se obter financiamentos em instituições bancárias, dispensa nos pagamentos de reposição florestal e anistias de multas por desmatamentos ilegais, que em áreas de floresta amazônica é de R$ 5 mil por hectare.

Em um exemplo hipotético, uma fazenda que tenha desmatamentos de 200 hectares pode deixar de pagar, apenas a título de multas, R$ 1 milhão.

Outra modalidade é mediante o desmembramento de propriedades. Para o Código Florestal os imóveis com menos de 4 módulos fiscais em determinadas hipóteses não precisam reconstituir desmatamentos ilegais. Com isso, uma propriedade é subdividida em diversos imóveis menores para ficar dispensado de obrigações ambientais.

A SEMA tem autorizado, por exemplo, que uma fazenda que possua várias matrículas tenha os Cadastros Ambientais individualizados para cada uma delas. Assim, caso o mesmo imóvel possua 10 matrículas poderá apresentar 10 Cadastros e cada um deles é analisado individualmente, recebendo benefícios que seriam destinados apenas aos pequenos produtores, como, por exemplo, não precisar de áreas florestadas no imóvel, ter diminuídas as áreas de preservação em beiras de rios, receber anistias.

Com a fraude da fragmentação, a grande propriedade é subdividida em diversos imóveis menores. Na prática é uma grande fazenda, mas para a atual sistemática passam a ser diversos pequenos imóveis autônomos e independentes, nos quais os desmatamentos criminosos são legalizados ou se autorizam a abertura de novas áreas em locais não passíveis de exploração agropecuária.

As investigações estão sendo desenvolvidas pela Delegacia Especializada do Meio Ambiente (Dema) e o  Ministério Publico Estadual, com apoio do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e a Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec).

(Atualizada às 15h12)

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