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Nortão: investigados por estupro e morte de dona de casa são libertados

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Dois suspeitos de envolvimento no brutal assassinato da dona de casa, Gilvanice de Jesus Pereira, 33 anos, ocorrido há duas semanas em Porto dos Gaúchos (150 quilômetros de Sinop), foram colocados em liberdade. O delegado responsável pelo caso, Albertino Felix de Brito Júnior, disse, ao Só Notícias, que “a justiça não acatou o pedido de prisão preventiva porque o principal suspeito de ter cometido o crime havia apontado a participação dos outros dois no assassinato, porém, voltou atrás no depoimento e negou envolvimento de mais pessoas. Isso favoreceu a defesa dos acusados, que foram soltos”, explicou.

Entretanto, de acordo com Felix, a hipótese da participação de pelo menos mais uma pessoa não está descartada. “O homicídio está esclarecido, mas eu ainda acredito que mais alguém pode ter envolvimento, pela forma como ela foi amarrada. A gente ainda não pode afirmar nada, porque estamos esperando o resultado de exames para ver se mais alguma impressão digital ou material genético será apontado na cena do crime”, explicou.

Para o responsável pelo caso, chama a atenção a frieza do suspeito de ter cometido o crime. “Ele mentiu, em algum momento, porque disse que havia envolvimento dos outros dois, depois voltou atrás. Afirmou que tinha um caso com as mulheres deles. É uma pessoa problemática, perigosa, que simula muitas informações. O certo é que até o júri popular muitas dessas dúvidas vão estar esclarecidas e a gente poderá afirmar com certeza quem fez isso com a Gilvanice”, ressaltou, apontando ainda que ele cumpria pena em regime semiaberto, por homicídio, “também com requintes de crueldade. É um psicopata. Eu vou investigar as cidades por onde ele passou para saber se ele não está envolvido em mais crimes”.

Conforme Só Notícias já informou, anteriormente, o principal acusado disse que cometeu o crime por não aceitar o fim do relacionamento. “Ele confessou tudo. Disse que tiveram uma briga e ficou agressivo porque iriam terminar o relacionamento. Ainda confirmou que fez sexo com a vítima, mas disse que foi com o consentimento dela e antes de acontecer o desentendimento”, disse Albertino.

A dona de casa, segundo o delegado, foi encontrada nua e vários preservativos estavam espalhados na cena do crime. “Quando fizemos buscas na casa do suspeito, encontramos preservativos do mesmo lote dos que estavam jogados próximo ao corpo da vítima. Ele negava qualquer envolvimento, mas depois, uma jaqueta e uma pulseira de Gilvanice também foram achados, e ele acabou confessando o assassinato”.

Para o delegado, porém, a versão contada pelo acusado não bate com as provas reunidas pelos investigadores e, até mesmo, com o laudo de necropsia. “A minha opinião é que ele estuprou, torturou e matou ela a pauladas. Acredito que ele fiz isso para não ser reconhecido pelo crime de estupro. Ela era uma pessoa muito querida na região, casada, tinha filhos e tudo indica que eles sequer se conheciam. Ela chegou, inclusive, a implorar para não morrer e isso foi confirmado pelo acusado. Ele a asfixiou e, quando se preparava para fugir, percebeu que ela ainda estava viva. Voltou e deu três pauladas na cabeça dela para consumar o crime”, afirmou.

O acusado está no presídio de Porto dos Gaúchos e a juíza da comarca, Laura Cândido, já decretou a prisão preventiva. O inquérito ainda não foi concluído.

A vítima ficou desaparecida durante três dias. Ela havia sido visto pela última vez saindo de um posto de saúde no município. Policiais encontraram o corpo dela jogado em uma estrada vicinal. Pouco depois, o suspeito foi preso e confessou o crime.

Gilvanice foi sepultada em Porto dos Gaúchos, onde residia há vários anos.

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