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Membros de facção movimentaram R$ 52 milhões em pouco mais de 1 ano em MT

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Redação Só Notícias (fotos: assessoria)

A Polícia Civil durante as investigações da operação “Red Money” identificou que uma empresa de informática localizada em Várzea Grande, criada, principalmente para promover lavagem de dinheiro e movimentar os valores da facção criminosa. De acordo com a assessoria da Polícia Civil, constituída em fevereiro de 2017, a empresa pertence a um condenado por assalto a agências bancárias, considerado um dos principais líderes da facção criminosa e um dos responsáveis pelo departamento financeiro da organização. Em análise foi descoberto que a empresa, em apenas 4 meses, movimentou cerca de R$ 800 mil. Pelo menos 180 pessoas que mantiveram relação comercial com a empresa possuíam antecedentes criminais ou algum vínculo pessoal com criminosos e condenados pela Justiça, grande parte deles presos na Penitenciária Central do Estado.

Durante o ano passado, foram descobertas dezenas de envolvidos no esquema financeiro. Além da empresa, outras contas bancárias foram identificadas e definido um “núcleo de liderança”, no que se refere à movimentação financeira da facção criminosa. No período de 1 ano e 6 meses, houve circulação de montantes entre R$ 5 milhões a R$ 800 mil, dependendo do CPF.

Ainda segundo as investigações, o sistema de arrecadação financeira da facção assume formato de pirâmide. No topo está o núcleo de liderança e na base dezenas de contas bancárias, com movimentação menor, que fazem a captação de dinheiro, e, gradativamente, fazem o repasse às contas maiores. No período de 1 ano e meio (01/06/2016 a 18/01/2018), entre entradas e saídas de 44 contas investigadas na operação, foram identificados movimentação de aproximadamente R$ 52 milhões.

A operação foi deflagrada nesta quarta-feira pela Polícia Judiciária Civil cumpriu mais de 230 ordens judiciais, sendo 94 mandados de prisão preventiva, 59 buscas e apreensão, 80 ordens judiciais de bloqueios de contas correntes, além de sequestro de bens, veículos, joias, imóveis e valores, cumpridos pelas delegacias de Cáceres, Barra do Garças, Água Boa, Juína, Sinop, Primavera do Leste, Rondonópolis, Tangará da Serra, Guarantã do Norte, Pontes e Lacerda.

O delegado Luiz Henrique de Oliveira, Coordenador de Inteligência da Polícia Civil, disse que a deflagração da operação corresponde ao fechamento de uma etapa importante da investigação e agora iniciará um trabalho mais técnico, de análise dos documentos apreendidos, interrogatórios, oitiva de testemunhas, identificação de outros suspeitos.

Ainda segundo o delegado, além das prisões, o objetivo principal é a apreensão do patrimônio e descapitalização da organização criminosa. “A operação Red Money indica que a Polícia Judiciária Civil avançou um degrau na forma de se combater as facções criminosas no Estado, precisamos focar no aspecto financeiro e patrimonial para enfraquecer essas organizações criminosas”, frisou.

O delegado da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), Diogo Santana, chamou atenção para o fato de que várias pessoas forneceram conta bancária para que fosse movimentado dinheiro ilícito, e, agora, terão que informar a mando e interesse de quem fizeram isso. “Qualquer pessoa que empresta sua conta bancária para movimentar valores ilícitos pode incidir no crime de lavagem de dinheiro”, afirmou.

Quatro grandes operações (Ares Vermelho, Babilônia, Panóptico e Insurgente) da Polícia Civil tiveram provas, no aspecto patrimonial e financeiro, compartilhadas na operação “Red Money”, comprovando que os grupos criminosos combatidos nessas ações tinham o mesmo objetivo: arrecadar dinheiro, por meio de crimes, para fortalecer o capital da facção. Os capitais adquiridos com os crimes foram destinados ao staff da maior facção de Mato Grosso.

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