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Local onde policiais procuram por corpo de jovem funciona como tribunal do crime em Sinop, diz investigador

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Só Notícias/Herbert de Souza (foto: Só Notícias/arquivo)

A área de mata nas proximidades do bairro Maria Vindilina, onde policiais e bombeiros concentraram as buscas para tentar encontrar o corpo de Flávio Marques Ferreira, de 20 anos, funciona como um tribunal do crime. A avaliação é do investigador Wilson Cândido, da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil. Segundo ele, a região é utilizada para os “julgamentos” feitos por uma facção criminosa.

“Isso aqui é um local e tivemos informação de que, provavelmente, é propício a esse tipo de coisa. À desova desse corpo, aqui nas imediações. Isso aqui funciona como um tribunal do crime. Descobrimos agora, durante a semana, que a facção criminosa Comando Vermelho, toma aqui as decisões de quem vai levar o tal do ‘salve’, que é um tipo de correção que eles dão. Aqui eles fazem esses julgamentos e decretam quem vai morrer”, disse Wilson à imprensa, durante as buscas ao corpo de Flávio.

“Chegou ao nosso conhecimento este local. Estivemos aqui fazendo levantamento. Isso é um ‘antro’. Merece mais atenção das autoridades, dos poderes constituídos. É provável que esse rapaz tenha vindo para cá, no dia que desapareceu, e eles pegaram e o assassinaram. O corpo deve estar nas margens dessa mata. O que queremos primeiramente é encontrar o corpo. E partir do crime para o criminoso. Descobrir quem cometeu”, complementou o policial. 

Wilson também ressaltou que a equipe de buscas tem se empenhado para encontrar o corpo de Flávio e poder dar ao pai do jovem a oportunidade de realizar o enterro do filho. O homem chegou a receber um vídeo do filho com a cabeça arrancada, mãos e pés amarrados, em uma região de mata. Segundo o pai, as imagens estariam circulando em grupos de aplicativo e ele recebeu de um colega de trabalho do jovem.

“Enquanto policiais civis temos a obrigação de investigar o desaparecimento de pessoas e homicídios, que é o nosso setor. Muito além disso, nós somos pais. E a dor que esse pai está passando é imensurável. Não dá para medir. É uma pessoa que quer apenas o corpo do filho para poder dar um enterro digno e não estamos medindo esforços para procurar”, concluiu Wilson. 

Nesta sexta-feira, foram feitas novas buscas no local, porém, como o corpo não foi encontrado, a Polícia Civil decidiu suspendê-las para aprofundar as investigações e até que surjam novas pistas.

Flávio estava desaparecido desde a última sexta-feira (20), e sua Honda CG Start vermelha foi encontrada, sábado (21), em um córrego na estrada Ana, após a avenida André Maggi. No boletim de ocorrência registrado pelo pai de Flávio, foi detalhada uma possível motivação para o crime, além de dois suspeitos, que podem estar envolvidos.

Na última terça-feira, as equipes fizeram buscas na região da estrada Ana, e em outro local em que o jovem foi visto, mas não encontraram vestígios. Após isso, a polícia passou a ouvir pessoas que tinham proximidade com Flávio.

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