
Consta na denúncia ainda que o réu teria procurado o próprio filho, que está detido na presídio Osvaldo Florentino Leite, o “Ferrugem”, para oferecer apoio jurídico, em troca da negação de um depoimento desfavorável prestado à Polícia Civil. “Nesse ponto, ressalta-se que, embora num primeiro momento a testemunha (o filho do suspeito) tenha afirmado ser o acusado o autor dos fatos, ao ser inquirida pelo juízo se retratou de suas afirmações”.
Rosângela destacou que a terceira prisão do réu se faz necessária para assegurar a conveniência da instrução processual. “As informações demonstram que, em liberdade, o acusado poderá continuar a constranger testemunhas, ou, até mesmo ameaça-las, com a intenção de impedir que prestem depoimento em plenário em eventual julgamento pelo Tribunal do Júri, colocando em risco a segunda fase do procedimento de instrução do processo a que responde”, afirmou a magistrada.
O mandado de prisão ainda não foi cumprido. O suspeito foi detido logo após o crime e ficou preso provisoriamente por 30 dias. Em seguida, foi solto e fugiu, tendo a prisão preventiva decretada. Detido pela segunda vez em fevereiro de 2013, ele conseguiu a revogação da prisão, em setembro do mesmo ano, e foi, outra vez, colocado em liberdade.
A ex-mulher da vítima relatou que o crime teve motivação passional. Segundo ela, o acusado tinha ciúmes de Gerson, com o qual tinha morado junto algum tempo antes. O suspeito, conforme o relato, teria feito várias ameaças à mulher, que procurou a polícia para denunciar a situação. Em sua versão, a ex-esposa relatou que soube por outras pessoas que o acusado pagou uma quantia de R$ 5 mil, mais uma motocicleta para dois jovens assassinarem Gerson.
Em depoimento, o professor negou envolvimento no homicídio e disse que teve um relacionamento amoroso com a vítima durante oito anos. Relatou ainda que se distanciaram sem qualquer desavença e que aceitou “normalmente” a separação. Ele explicou, no entanto, que foi obrigado a pagar várias contas de Gerson que chegavam em seu antigo endereço, onde haviam morado e que, por tal motivo, procurou a mulher da vítima para resolver a situação. Negou também ter a ameaçado.
A ex-mulher de Gerson foi a única testemunha presencial do crime. Ela detalhou que dois jovens invadiram o quintal da residência e a obrigaram a deitar no chão. Em seguida, mandaram a vítima também deitar e, um dos suspeitos, deu um tiro na testa de Gerson, que ainda tentou levantar, mas foi alvejado na cabeça por mais duas vezes. Ele chegou a ser socorrido com vida pelo Corpo de Bombeiros, no entanto, não resistiu aos ferimentos e morreu em um hospital.


