Foram sepultados ontem, no início da noite, os corpos do médico Afrânio Maia, e de sua filha, Maria Clara, 6 anos, no cemitério Parque Jardim, em Cuiabá. O da criança foi enterrado por volta das 18h e, do médico, às 20:30h, mas em jazigos distantes um do outro. Afrânio acabou matando a filha, ontem de madrugada, atirou em sua ex-namorada Liciane Conceição Oliveira Ferraz Ferrassoni, 28 anos, atingindo-a nas costas e, em seguida, se matou. Os crimes, conforme Só Notícias já informou, foram no apartamento de Luciane, na região do Santa Rosa 2.
A polícia encontrou, no local, um revólver calibre 38 e uma pistola. O médico chegou no condomínio e entrou no apartamento da ex-namorada. Segundo depoimento do atual namorado de Liciane, Wilker Patrick Fernandes de Melo, 23 anos, ele e Liciane foram acordados pelo visão de Afrânio parado com a porta aberta. Em seguida Liciane levantou rapidamente e foi até a sala para conversar com o ex-marido. Ambos discutiam e Wilker disse ter ouvido os disparos. Declarou aos policiais que teve medo de ser o próximo alvo do médico, por isso teria ficado no quarto, gritando por socorro para chamar a atenção de vizinhos.
O delegado Antônio Esperandio, adjunto da DHPP, acompanhou de perto o trabalho dos peritos no local do crime. Disse que ao que tudo indica o crime tem uma motivação passional, mas pretende ouvir Liciane, na próxima semana. De acordo com o delegado, além das provas periciais, o depoimento da principal testemunha vai mostrar a dinâmica do homicídio seguido de suicídio. "Precisamos saber se o primeiro disparo foi feito na sala e depois no quarto da menina. Outra dúvida é se realmente a criança estava deitada na cama no momento em que foi feito o disparo. O corpo foi localizado ali, mas não havia sinal de perfuração de projétil no colchão".