O engenheiro florestal Álvaro Fernando Cícero Leite, de 41 anos, confirmou tudo o que havia declarado antes à Polícia Federal, hoje durante uma acareação que começou às 9 horas e passou das 12 horas. Álvaro voltou a afirmar que o professor universitário Hugo José Scheur Werle, 44, funcionário público federal, ex-superintendente do Ibama cobrou propina para assinar um projeto de reflorestamento florestal de interesse da empresa Tecamat.
Álvaro confirmou tudo na presença do delegado Tardelli Cerqueira Boaventura e de alguns advogados que acompanharam a acareação. A propina teve o valor de R$ 20 mil, depois de uma negociação entre o empresário Evandro Trevisan e o funcionário Alex de Oliveira, cujas negociações, via telefone, foram gravadas pela PF através de escuta autorizada pela Justiça Federal.
No dia seguinte ao acerto, o projeto estava assinado. A propina, no entanto, acabou não sendo paga. “talvez o Álvaro esteja mentindo”, foram as primeiras palavras de Hugo. Logo ele voltou atrás e assegurou que Álvaro estava mentindo. Disse que em princípio se recusou a assinar o projeto para fazer uma análise mais completa, o que realmente aconteceu no dia seguinte.
Disse que não recebeu e nem cobrou a propina que estão falando, alegando nos seguintes termos: “pode ser que eu tenha ligado para Álvaro após ter saído do gabinete”. “Também não me recordo qual o assunto tratado”.
Nas investigações, a PF confirmou através de escuta telefônica, uma conversa entre Alvaro e Alex de mais de sete minutos, onde Álvaro fala para Alex a respeito da propina cobrada por Hugo, o ex-superintendente do Ibama disse: “Não sei por que eles tiveram esse diálogo, pois eu nunca pedi propina”.
A realidade, no entanto, é que nem as mais de 100 pessoas presas na “Operação Curupira”, muito menos seus advogados, tinham conhecimento que a Polícia Federal possuía centenas de horas de gravações, todas com autorização da Justiça.