Dois homens foram presos em Colniza (1.160 km a noroeste de Cuiabá) a cerca de 100 metros de onde aconteceu o triplo homicídio da fazenda Bauru com um revólver calibre 38, uma espingarda, munições e cartuchos para recarregar as armas. Os lavradores Ronaldo de Abreu, 20, e Luís Carlos Frigo, 26, respondem por porte ilegal de armas e estão na cadeia pública como suspeitos. A emboscada aconteceu por volta das 17h de sexta (5), momento em que dois funcionários da propriedade rural e um topógrafo contratado para fazer a demarcação das áreas destinadas ao assentamento das famílias de trabalhadores rurais se deslocaram em direção à sede da fazenda. Fingindo-se de morta dentro da camionete F-350, a mulher de um deles conseguiu fugir para pedir ajuda. Essa não é a primeira vez que o conflito agrário da região deixa vítimas.
O comandante da Polícia Militar na cidade, major Adalberto Gonçalves, informa que as prisões foram realizadas entre 15h e 16h de sábado (6), até para evitar novos ataques. A única sobrevivente, que hoje é a principal testemunha, permaneceu uma noite no hospital municipal, mas teve que ser deslocada para outra cidade, pois corre risco de morte. Três equipes com 12 homens, entre eles policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope), estão vasculhando os pontos principais da fazenda que tem 107 mil hectares. Há possibilidade de mais vítimas, escondidas em local remoto, próximo da mata. As diligências começaram às 6h de ontem e terminaram no final da tarde; hoje, às 6h, devem recomeçar.
As vítimas foram surpreendidas por um grupo de homens que atirou primeiro no motorista, o topógrafo paranaense Paulo Gilberto Gobitti, 53; depois alvejaram os funcionários Joanes Oliveira Nunes, 36, conhecido como “Cacique”, e Fabrício Teodoro de Souza. Foram tiros de espingarda e pistola, a maioria na cabeça e braços. A sobrevivente não soube descrever quantas pessoas participaram da emboscada.