A Polícia Civil está investigando se o acusado de torturar, estuprar e assassinar a dona de casa, Gilvanice de Jesus Pereira, 33 anos, em abril, em Porto de Gaúchos (250 quilômetros de Sinop), cometeu outros crimes semelhantes na região. O delegado titular do município, Alberto Felix de Brito Júnior, informou, ao Só Notícias, que diversos inquéritos não solucionados em cidades vizinhas estão sendo revisados. “Até o momento, pesam contra ele apenas duas acusações de estupro seguido de morte (contra a dona de casa e outra em Juara), mas pode ser que ele seja o autor de mais crimes”.
Em trabalho conjunto com outras delegacias, Brito Júnior analisa se o “modo de agir” do acusado é compatível com outros casos, ainda sem solução. “Ele amarrava as vítimas com uma ‘cordinha’. Em seguida, estuprava e matava. A gente quer saber se esta característica está presente em outros inquéritos. Caso a resposta seja positiva, também devemos iniciar a convocação de possíveis testemunhas”.
Paralelamente, a polícia aguarda a conclusão dos laudos de DNA da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) que irá apontar se os preservativos encontrados próximos ao corpo de Gilvanice foram utilizados pelo suspeito. Para o delegado, no entanto, não restam dúvidas sobre a autoria e motivação do assassinato da dona de casa. “Segundo sua versão, ele foi possuído pelo demônio e cometia os estupros contra as mulheres por vingança, alegando que teria sido traído por uma ex-companheira. Apresenta um grau elevado de psicopatia”, afirmou, complementando ainda que “o caso chocou o município. Espero que ele pegue uma pena bem alta, pois, se sair da prisão voltará a cometer crimes”.
Conforme Só Notícias já informou, a juíza da Vara Única da Comarca de Porto dos Gaúchos, Laura Cândido, já acatou a denúncia oferecida pelo Ministério Público Estadual e abriu o processo penal contra o acusado. O réu vai responder pelo assassinato, com as agravantes de supostamente ter cometido o crime para garantir a ocultação de outro delito, e com emprego de meio cruel, motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima.
A dona de casa chegou a ficar desaparecida durante três dias. Ela havia sido vista pela última vez saindo de um posto de saúde no município. Policiais encontraram o corpo dela jogado em uma estrada vicinal. Pouco depois, o suspeito foi preso e confessou o crime. Mais duas pessoas chegaram a ser presas acusadas de envolvimento no crime, porém, foram liberadas por falta de provas. Gilvanice morava há vários anos no município e o crime causou comoção e revolta na população de Porto dos Gaúchos, onde ela foi sepultada.
A polícia acredita que a vítima tenha sido torturada, estuprada e, em seguida, morta a pauladas. Ela foi encontrada nua e vários preservativos estavam espalhados na cena do crime. Na casa do suspeito, policiais também encontraram uma jaqueta e uma pulseira, que, supostamente, pertenciam à dona de casa.