O delegado Antônio Carlos de Araújo, que presidiu o inquérito policial civil que investiga as mortes de Soraiha Lima Miranda, Alessandro Fraga e Luis Mauro, ex-servidores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), confirmou ontem, em entrevista a imprensa, que enviou o inquérito para análise no Ministério Público, confirmando que indiciou três pessoas: Wilson Francisco da Silva, o Russo, que teria confessado o crime na Polícia Civil; Jaeder Silveira dos Santos, que também teria confessado o mesmo crime na Polícia Federal e o servidor do Campus, Jorge Luiz Tabory apontado por Jaeder como sendo o suposto mandante das execuções. Tabory nega as acusações.
O delegado confirmou que protocolou o inquérito policial, composto por quatro volumes, na 2ª Vara Criminal da Comarca de Rondonópolis, onde atua o juiz Mirko Vincenzo Giannotte, e o Ministério Público, autor da ação, por intermédio da promotora de Justiça criminal Ducilei Maria Soares Ribeiro Ambrósio, vai analisar as peças.
De acordo com informações, a promotora terá três alternativas: denunciar criminalmente os indiciados à Justiça, devolve-lo à Polícia Civil solicitando o prosseguimento e complemento das investigações, como está sugerido pelo delegado no documento, ou ainda, encaminhar à Justiça federal para que seja juntado ao inquérito policial federal que está sendo investigado pela Polícia Federal.
Araújo confirmou que a Polícia Civil realmente ouviu o acusado de ser o mandante dos crimes, Jorge Luiz Tabory, na tarde do dia seguinte ao crime, e que naquela oportunidade já se tinha elementos que apontavam o seu envolvimento no caso.
Sobre a prisão de Wilson Francisco da Silva, o Russo, o delegado disse ter apresentado provas robustas de sua participação no caso e o laudo de exame de DNA que está sendo realizado em Brasília (DF), na mancha de sangue encontrada na roupa que estaria usando no dia do crime, poderá confirmar ou excluir a sua participação no crime, apesar de ter confessado participação à Polícia Civil.
Sobre o envolvimento de Diedson Honório da Silva Júnior, o “Júnior Cavalo”, que foi preso pela Polícia Civil, o delegado sugere mais diligências e investigações, mas também afirma que tem fortes indícios de seu envolvimento no caso.
O delegado diz que desde o início das investigações foi feito um acordo entre as polícias Civil e Federal no sentido de se trocar informações caso as investigações apontassem um viés de competência de cada uma das polícias. Se confirmasse a motivação profissional, a PJC repassaria as informações obtidas à PF, e se confirmasse outra motivação como: passional, latrocínio ou até mesmo homicídio a PF repassaria as informações obtidas à Polícia Civil.
E, como a Polícia Civil conseguiu informações que tinham mais a ver com o viés investigado pela PF (motivação profissional), repassou tudo ao delegado Alex Sandro Biegas, que presidia o inquérito.
Na verdade, sabe-se que a PJC repassou informações precisas do envolvimento de mais pessoas, além das quatro já presas. Extra oficialmente, existe a informação de que a PF solicitou quatro mandados de prisões, mas a Justiça Federal só autorizou dois: de Jorge Luiz Tabory e de Jaeder Silveira.
Por isso, é possível que até a conclusão do inquérito mais pessoas possam ser presas pela PF.