Os dois advogados presos, esta manhã, por policiais federais acusados de desviar recursos do Instituto de Previdência Complementar, do extinto Banco do Estado de Mato Grosso (Bemat), tinham como objetivo fraudar cerca de R$ 85 milhões, referentes a 18 parcelas, proveniente de crédito que o instituto mantinha com o governo do Estado. A fraude foi descoberta quando cinco parcelas tinham sido efetuadas, gerando prejuízo de mais de R$ 13 milhões aos ex-funcionários do Bemat.
Os delegados Wilson Rodrigues e Evandro Iwasaki explicaram que o liquidante, um dos advogados presos, e que era funcionário do instituto, contratou um escritório de assessoria jurídica, que por sua vez, pedia para que o pagamento das parcelas fosse feito para uma terceira empresa, considerada fantasma.
Ainda conforme as investigações, o primeiro contrato com a empresa foi registrado em 2009, porém, as fraudes só foram detectadas entre fevereiro e maio de 2012.
A fraude leva a crer que os envolvidos são os advogados denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF), por desviar cerca de R$ 13 milhões do mesmo fundo de pensão investigada pela Polícia Federal, no ano passado. Ambos respondem por ato de improbidade administrativa junto ao órgão, que pede a devolução da quantia.
O delegado Evandro Iwasaki contou que o liquidante deveria pagar os credores, funcionários e fornecedores, antes da extinção do Bemat, entretanto, utilizava técnicas para lavagem de dinheiro, como assinar o contrato de confidencialidade e uso de empresa fantasma para o recebimento dos recursos. “Foi descoberto que essa empresa era uma casa de shows eróticos, mas com proprietários já falecidos”, disse o delegado.
Segundo os delegados, o objetivo da operação, que recebeu o nome de "Assombro", de agora em diante é identificar para onde foi o dinheiro, que ainda não foi recuperado. Três mandados de busca e apreensão foram cumpridos nas residências dos envolvidos e em um edifício, onde funcionavam as empresas dos advogados e apreendeu alguns veículos. A pena pelos crimes varia entre 5 a 16 anos de prisão. Um advogado da Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso (OAB-MT), foi encaminhado para acompanhar o caso.
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