À primeira vista era apenas uma parede, mas não para o faro de Jason. Em 4 de maio, no município de Lambari D'Oeste uma equipe do Canil Integrado de Fronteira (Canilfron) foi acionada para auxiliar no cumprimento de mandado de busca e apreensão em uma residência do município. Durante buscas do lado externo do imóvel, o cão Jason mudou o seu comportamento, indicando que algo poderia estar errado por trás de uma parede.
Seu faro foi preciso: após revista manual feita pelos policiais no local indicado pelo cão, foi encontrada uma garrafa térmica, em um fundo falso da parede, contendo 97 trouxinhas de substância entorpecente análoga a pasta base de cocaína. A quantidade de droga localizada através do faro do animal, um pastor belga malinois, engrossa a estatística do Canil Integrado de Fronteira.
Em três anos de funcionamento na cidade de Cáceres, os cães do Canilfron já participaram de inúmeras operações e contribuíram diretamente para a apreensão de mais de 500 quilos de entorpecentes na região de fronteira. “Temos observado que o canil é uma ferramenta importante de auxílio às forças de segurança pública e traz grandes resultados”, avaliou o gerente administrativo do Canilfron, sargento PM Moracir da Silva Figueiredo.
O apoio a ocorrências e operações não se limita apenas ao policiamento na região de fronteira. Frequentemente, os cães têm sido solicitados por delegacias de outros municípios de Mato Grosso, como Paranaíta, Colíder, Barra do Bugres e Comodoro.
Para a delegada regional da Polícia Civil de Cáceres, Cinthia Gomes da Rocha Cupido, os cães são imprescindíveis, principalmente quando é necessário cumprir mandados de busca e apreensão de drogas na região. “Também existe um auxílio dos animais quando encontramos veículos com resquício ou suspeita de ter entorpecentes. Esses carros são levados até o canil, para que os cães possam farejar e detectar se existe droga ou não”.
O inspetor chefe da 3ª delegacia da Polícia Rodoviária Federal (PRF) de Cáceres, Lucinei Buss, destacou a integração constante na região de fronteira, em razão do combate incessante das polícias ao narcotráfico e ao roubo e furto de veículos.
Nesse sentido, o inspetor diz acreditar que o emprego dos cães facilita o trabalho do policial na identificação do local exato do armazenamento do entorpecente e também na abordagem mais detalhada de um veículo. “Encaminhamos o veículo para o canil ou é solicitada a presença de uma equipe do canil integrado até a fiscalização da PRF, para que se possa chegar com exatidão ao local de armazenamento do ilícito”.