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Cada preso custa R$ 81,66 por dia em Mato Grosso

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Por dia, um presidiário em Mato Grosso custa cerca de R$ 81,66 ao Estado. Menos de 1% deste valor é gasto, diariamente, com a saúde de cada habitante do lado de fora das unidades prisionais. Com um total de 10,3 mil detentos, os gastos incluem despesas com alimentação, educação, folha de pagamento de funcionários e segurança. Para o sociólogo da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Naldson Ramos, cada vez mais o recurso é “jogado fora”, uma vez que as unidades não têm funcionado como centros de ressocialização.

Já para secretário de Estado de Justiça e Direitos Humanos, a população carcerária de Mato Grosso reduziu cerca de 17% nos últimos dois anos em virtude do trabalho de humanização dentro das cadeias. Apesar de concordar que os gastos em outros setores com cada “cidadão livre” esteja bem abaixo de um presidiário, ele afirma que é preciso investir no retorno à sociedade daqueles que cometeram crimes no passado.

Na semana passada, levantamento do Conselho Federal de Medicina (CFM) apresentou dados sobre a distribuição de recursos na saúde. De acordo com o relatório, Mato Grosso gasta por habitante R$ 0,88 por dia, o que o colocou na 12ª pior posição do ranking. Foram destinados para o setor pouco mais de R$ 1 bilhão em 2013. Desse total, cerca de R$ 34 milhões foram para a atenção básica, mesmo valor pago pela secretaria com a alimentação dos presos no Estado. Dados da secretaria mostram que o custo diário das 3 refeições (café da manhã, almoço e jantar) dos detentos gira em torno de R$ 11,41. O valor representa quase 23% do orçamento para o sistema prisional, que tem a maior parte dos recursos, 62,03%, destinados ao pagamento de pessoal.

Para o sociólogo, em decorrência do alto índice de reincidência de presos, o recurso investido em unidades carcerárias é um desperdício para a sociedade. Ele cita que atualmente a cada 10 presos colocados em liberdade, 8 voltam para o crime. “É um dinheiro totalmente jogado fora. Se essas pessoas entrassem no sistema prisional e de fato fossem recuperadas, seria positivo. Porém, o que vemos é o contrário. Detentos presos por pequenos delitos são misturados a criminosos maiores, o que não gera ressocialização alguma”.

Ramos acrescenta que apesar das críticas feitas pela maioria da população em relação aos gastos com presidiários, foi ela mesma quem optou por esse modelo. “Os presídios foram criados para retirar da sociedade aqueles que erraram. Porém, é uma ilusão pensarmos que deixando essas pessoas presas estamos seguros, porque aqui fora existem outros cometendo os mesmos crimes. Aliás, mesmo presos eles ainda os praticam”.

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