sexta-feira, 29/março/2024
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Arcanjo nega que matou dono da Folha do Estado e promete “livro bombástico”

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“Não sou santo, mas também não sou o monstro que andam pintado por ai. Não mandei, muito menos matei o empresário Sávio Brandão. Muito pelo contrário, como todos sabem, nós tínhamos uma diferença muito grande devido os ataques que ele fazia contra minha pessoa pelo jornal dele. E eu sabia, que tudo o que acontecesse com ele recairia sobre mim. Por isso eu até rezava para que nada acontecesse. Cheguei até protegê-lo. Também não sei quem mandou matá-lo, se soubesse e tivesse provas, é claro que eu não estaria aqui, agora”.

Não se poderia esperar outra coisa do empresário João Arcanjo Ribeiro, o “Comendador”, de 53 anos, na primeira vez que falou com um jornalista desde que foi preso em abril de 2003, na cidade de Montevidéu, no Uruguai. Instalado como detento no Cárcere Central, ele não assume um dos crimes de morte de maior repercussão ocorrido em Mato Grosso, o do empresário Domingos Sávio Brandão de Lima, dono do jornal “Folha do Estado”. Dizem que sob o corpo de Lima que o procurador da República, José Pedro Taques, jurou “destronar” o crime organizado no Estado. E foi o que aconteceu.

A negativa do crime e muitas outras coisas deverão deixar as páginas dos processos, dos depoimentos e das evidências. A trajetória de um homem que nasceu pobre, foi policial civil e construiu um império fabuloso a partir do jogo do bicho, vai para um livro. Arcanjo, de querido da elite de Mato Grosso ao odiado criminoso do Cassino Estância 21 – onde hoje está, curiosamente, instalada um quartel da Polícia Militar – promete revelações bombásticas nas páginas que pretende fazer publicar para a posteridade.

Mas isso vai ser lá na frente. Hoje, Arcanjo está preso em uma das 30 celas de tamanho médio, junto com outros 29 presos, cada um em uma cela na carceragem da Delegacia Central, na Rua Carlos Quijano, esquina com a Avenida San José, no centro da capital uruguaia. Preso comum, sem mordomias, Arcanjo passa o tempo ouvindo um rádio de pilha e vendo uma televisão que fica fora da cela. Também usa uma geladeira coletiva que fica no final do corredor. Todos os dias ele é retirado sob forte segurança por uma hora para o banho de sol.

João Arcanjo Ribeiro está em vias de ser extraditado para o Brasil. Jogo de cena ou não, o fato é que a Suprema Corte do Uruguai já decidiu que ele deverá ser mandado de volta para responder a uma dezena de acusações e cumprimento de uma pena por porte ilegal de arma. Como já bem demonstrado, ele luta contra a pretensão da Justiça brasileira. Sabe, evidentemente, que por aqui só amargaria ainda mais prisão e condenações. Na sorte lançada, sobram especulações, muitas especulações.

A primeira delas é a suposta separação dele com Sílvia Shirata, 36. Em princípio, Arcanjo não quis tocar no assunto, mas logo deixou bem claro que não existe, e nunca existiu qualquer possibilidade de uma separação. Ele e Sílvia estão juntos, e agora com muita mais força no casamento. Sílvia é cidadã uruguaia com nacionalidade registrada e, tanto ela quanto os filhos já possuem documentação uruguaia.

“Se tivesse de me casar outra vez, casaria com a Sílvia. Nós nunca, sequer imaginamos uma separação. Tudo não passou de uma invenção. Não sei por que inventaram essa história, mas também não me interessa saber. Aliás, foi mais uma, das tantas histórias que inventaram” – destaca Arcanjo.

Tais especulações, em verdade, servem como justificativa para o que está muito perto de se tornar uma realidade dura para as autoridades brasileiras: Arcanjo ganhar a porta da frente do Cárcere Central de Montevidéu. Mais que isso: o homem a quem se atribui um cartel de crimes – que vai de mandar assassinar diversas pessoas que cruzaram raivosamente o seu caminho a lavagem de dinheiro, passando pela evasão de divisas e conseqüente formação de quadrilha – poderá ter até mesmo guarda uruguaia, com abrigo e segurança de um cidadão daquelas terras do Sul.

Hoje, Arcanjo não está e não é mais preso do Uruguai. No país que conseguiu se refugiar das garras da Justiça brasileira, ele foi condenado a nove meses de prisão por crime de falsidade ideológica. Ele portava documentos falsos. Já cumpriu a sentença. A prisão dele agora e puramente diplomática. Ou seja, as autoridades uruguaias estão cumprindo um acordo diplomático com o Brasil. Só que, esse acordo tem prazo e limite.

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