Sem a participação das secretarias municipais, câmaras de Vereadores, associações de classe, cooperativas e outros, e ainda, sem a participação popular, a Câmara dos Deputados de Mato Grosso, tenta impor goela abaixo, o Zoneamento em nosso Estado.
Acredita-se que 99,9% da população Mato-Grossense, nem se quer sabe o que é o Tal Zoneamento. É preciso que os senhores parlamentares entendam, que um processo de zoneamento com tamanha envergadura, nasce condenado, quando vem de cima para baixo, quando o certo deveria ser, de baixo para cima. Por exemplo, de município por município, de região por região e aí sim, se chegar numa conclusão, ouvindo sempre a população.
Mato Grosso é ainda em seu contexto “um gigante” desconhecido, e falar em zoneamento da forma que está sendo feito, é no mínimo uma tremenda irresponsabilidade. O verdadeiro “Zoneamento”, não é simplesmente determinar locais, mas sim, descobrir ao longo do tempo, o que é o melhor para cada região ou município, de acordo com sua vocação.
Falam que vai haver Audiências Públicas em 12 municípios, o que significa menos de 10% dos municípios do Estado. E os outros, mais de 100, como ficam? Por outra, pergunta-se que audiência é esta, que vem com tudo montado? Isto é querer subestimar a inteligência do povo!
Com exemplo, o Estado do Paraná, que vem a décadas plantando trigo, com agricultura tecnificada, uma das mais tecnológicas do mundo, só definiu recentemente, o zoneamento para o plantio do mesmo. Descobriram também recentemente, que o banhado contém uma enorme fertilidade, onde estão produzindo, aveia, trigo, sevada e criando gado. O Paraná tinha uma vasta região de terras arenosas no norte do Estado, onde o trator afundava e era considerada improdutiva, conseqüentemente não tinham valor. Apareceu um curioso, duplou os rodados de um trator traçado e plantou soja. Duplou também o rodado de uma colhedeira e colheu. O resultado foi tão bom, que hoje o preço da terra vermelha do Paraná e a arenosa, se equivalem no preço.
Nas mesmas Terras Arenosas, adaptaram um tipo de gramas e hoje é pastagem respeitada. Após a grama se enraizar, o gado não consegue arrancar o pé da mesma. Portanto, não existe como fazer um zoneamento correto hoje, no Mato Grosso, a não ser com o decorrer dos anos. Pois o que é bom hoje, poderá ser ruim amanhã e vice-versa.
No Mato Grosso teremos que fazer o zoneamento, à medida que se passa a conhecer realmente o perfil de cada município, como exemplo de Lucas do Rio Verde, que estão definidas suas vocações. O que se prevê com o atual sistema, que pretendem impor goela baixo em Mato Grosso, não passa de interesse de algumas ONGs máfias verdes, que querem engessar ainda mais nosso Estado. Principalmente na bacia Amazônica, onde somos descriminados por sermos uma ameaça ao interesse de certas multinacionais do capitalismo selvagem, como até para alguns Países isso seria compreensível.
Tem mais, o estado de Mato Grosso não tem sequer suas divisas definidas, como exemplo da divisa com o Estado do Pará. Temos ali 3 divisas e existe uma quarta a ser oficializada. É tão cômica a situação, que indo pela BR 163, rumo Cuiabá – Santarém, passava-se primeiro pelo Posto Fiscal do Pará, viajava-se mais uns quilômetros e se encontrava o Posto fiscal do INDEA-MT e uma escola do Mato-Grosso. Posteriormente o Estado do Pará sabedor da grilagem, recuou o posto Fiscal em diversos quilômetros, tentando fazer um acerto de divisa com os moradores da região. O Governador Blairo Maggi, que entrou na justiça pedindo que a divisa vá ao seu devido lugar, conseqüentemente nosso Estado deverá agregar 2,2 milhões de hectares.
Agora perguntamos aos nobres Deputados, como podem implantar um zoneamento, se nem sequer, sabem onde fica a divisa do Estado? Como também nem sabem, quantos mil quilômetros quadrados nosso estado possui? Não ouve visitas in loco com Secretários de Agricultura dos municípios e outros. Não adianta encherem papéis com nomes de celebridades entendidas no ramo, se in loco não ouve estudo. Tudo isto seria cômico, se na realidade não fosse tão trágico. Por exemplo, quem mora nas virtuais divisas com o Estado do Pará, não sabe em que estado mora. As crianças que lá nascem, são mato-grossenses ou paraenses? Vamos cair na real!
Outro tremendo absurdo é o alto valor que dão na transição dos Biomas, como se fosse questão de vida ou morte. Nunca se viu falar em nem um País do mundo a tal transição de biomas, aqui por discriminação (que por sinal é proibido por lei) inventaram para complicar ainda mais, a Amazônia. Na grande verdade, o que complica a Amazônia são os “Idiomas” e não os Biomas! São tantos os absurdos em sua hipocrisia introduzida pelas tais ONGs ( Máfias Verdes ), que a palavra tão respeitada chamada Meio Ambiente, foi banalizada e virou frescura e a palavra ONGs virou palavrão.
Fica aqui um alerta aos senhores Deputados, a imposição Ambiental imposta pelos Governos pressionados por tais ONGs, está levando o resto da população da Amazônia para a mais cruel das misérias, onde tudo aqui é descriminado e proibido. Já roubaram 80% do nosso patrimônio, onde, por exemplo, o cidadão tem 100 alqueires de terra só que 80 alqueires estão definitivamente seqüestrados como reservas. Se não bastasse, ficamos feito palhaços, com o compromisso ou castigo (de fiel depositário), onde temos que defender tal reserva de invasões, grilagem, extração de madeira ilegal, derrubadas em geral e fogo. O que mais se estranha é o silêncio de nossos parlamentares. E a regulamentação fundiária cadê?
Toda história tem Começo, Meio e Fim. Porém o tal Zoneamento, (não contando uns 12 anos de gaveta) mal teve Começo, não existe Meio e estão partindo para o Fim. Esta precipitação, caso fosse aprovada desta forma, os Nobre Deputados causariam uma tremenda dor de cabeça e problemas à população, desvalorizando patrimônios, regiões, engessando o Estado. Antes de se falar em zoneamento, é preciso documentar as terras e reverem os fatos mencionados.
Para finalizar: Com a miséria imposta ao povo da Amazônia, e como todos nos sabemos que, “as necessidades rompem as leis”, e a fome e miséria rompe a dignidade humana, sem alternativas, esta miséria fará do Brasil sem sobra de dúvida, em poucos anos, o maior fornecedor de narcotráfico do mundo. Tanto a sociedade brasileira, governantes e a população mundial, vão pagar amargamente muito caro, mas muito caro mesmo, por imporem tamanha miséria na Amazônia. Tem mais, para controle de Vossas Excelências, caso o governo federal insista na apreensão maluca de bois apelidados de (piratas) ou produtos agrícolas, a população poderá queimar todas as pontes da Amazônia, e em caso de expulsarem famílias de suas terras por criarem, reservas em cima das mesmas, poderá acontecer a maior tragédia da historia, pois boatos existentes dizem que, será ateado fogo na floresta. Um só palito de fósforo riscado no lugar e hora certa poderá fazer mais estragos do que uma guerra. Vejam, se apenas 8 arrozeiros em Roraima, conseguira fazer uma batalha, imaginem o estrago que milhões e milhões de habitantes da Amazônia, poderão fazer com tamanha opressão. Estejam certos, quem viver verá.
Antônio Benito Signor – Guarantã do Norte-MT