PUBLICIDADE

Uma reflexão sobre como conhecemos e ignoramos o mundo

Fernando Wosgrau é administrador e mestre em Agronegócios. Atualmente é conselheiro no Conselho Estadual de Educação de Mato Grosso (CEE/MT) e coordenador de Educação a Distância da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação.
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

“Tudo aquilo que o homem ignora não existe para ele. Por isso, o universo de cada um, se resume ao tamanho de seu saber.” Esta frase, atribuída a Albert Eistein, nos faz refletir que, por mais que compartilhemos o mesmo mundo, os indivíduos podem interpretá-lo de formas distintas, conforme suas experiências e capacidade de compreender os fatos reais.

Adquirir conhecimento não é tarefa simples, pois não basta apenas ter acesso às informações. A professora Maria Terezinha Angeloni explica que transformar dados em informações e essas informações em conhecimentos depende das características individuais, como desejos, crenças, valores e metas pessoais, que formam o modelo mental de cada pessoa interferindo na codificação/decodificação desses elementos.

Sendo assim, existem informações que as pessoas buscam, informações disponíveis, mas julgadas irrelevantes, informações relevantes, porém, incompreendidas, e informações adivinhadas.

Há ainda, a falsa informação, aquela que não representa a verdade dos fatos. Em tempos de inundação de dados compartilhados no mundo digital, encontram-se criadores de conteúdos falsos, imprecisos ou manipulados e, de outro lado, temos receptores que sem condições de análise crítica replicam tais informações. Ora, se a ignorância está do lado oposto do conhecimento, a desinformação também deve estar.

Reconhecer isso é fundamental para a busca do conhecimento “verdadeiro” para evitar a ignorância da ignorância. Isso pode ser chamado como o efeito Dunning-Kruger, quando pessoas de baixa performance em muitos domínios sociais e intelectuais permanecem inconscientes sobre seu déficit de conhecimento.

Reconhecendo nossa racionalidade limitada resta-nos buscar constantemente conhecimento suficiente para termos condições de aproveitar as oportunidades de uma vida plena. O sociólogo Lenin Bicudo Bárbara em sua tese, “Investigações sobre a ignorância humana”, afirma que, é fato que não podemos nos livrar da ignorância, mas isso não implica que o mundo não possa ser impenetrável ao conhecimento.

Para concluir, cito uma frase de um dos maiores filósofos da ciência do século XX, Karl Popper: “Quanto mais aprendemos sobre o mundo, quanto mais profundo nosso conhecimento, mais específico, consciente e articulado será nosso conhecimento do que ignoramos”.

COMPARTILHAR

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Mais notícias

Por que tantas mulheres se perdem em amores tóxicos?

Meu coração aperta. Dói. Para cada notícia de feminicídio –...

Brasil instável

Só quem não acompanha o noticiário deve estar tranquilo...

Emendas parlamentares: a política a serviço do cidadão

Nem todo mundo entende, exatamente, o que são as...

Carta aberta à população sinopense

Leia até o final e perceba o quanto o...