Nunca é demais lembrar que, em política, é legítimo avaliar um acusado pela trajetória dos acusadores. Lendo a opinião do leitor publicada neste tão importante site de noticias no dia 24/07/2006, me senti na obrigação de tentar esclarecer alguns pontos que para o articulista causam tanto espanto.
Com efeito, o nobre articulista esta espantado com o alto índice de aprovação do governo atual, contudo tal fato é facilmente explicável, pois para tanto basta fazer uma comparação entre o “intelectual” que governou o país por oito anos e o “analfabeto” que ainda não completou seus quatro anos de mandato. Vejamos.
Economia: Produto Interno Bruto – PIB em 2002, último ano do mandato do intelectual, em bilhões de Reais: R$ 1.346,0;
Produto Interno Bruto – PIB em 2005 do governo atual, em bilhões de Reais: R$ 1.937,0 e a projeção do mercado para o ano de 2006: R$ 2.140,4 (Fonte: revista Conjuntura Econômica – Março de 2006 – vol 60 – numero 03 – FGV anexo XIX).
Ou seja, o PIB do governo anterior é apenas 2/3 do PIB do terceiro ano do governo atual!
Agora vejamos a movimentação da bolsa de valores BOVESPA – movimentação diária média em milhões de Reais em 2002, ultimo ano do mandato do governo anterior: R$ 484,0; movimentação diária media em milhões de Reais em 2005: R$ 1.670,0 e a projeção do mercado para o ano de 2006: R$ 2.700,0 (Fonte: revista Conjuntura Econômica – Março de 2006 – vol 60 – numero 03 – FGV anexo XIX).
Ou seja, a movimentação da BOVESPA quintuplicou no governo atual!
Vejamos, então, o saldo da Balança Comercial, esse dado é importantíssimo pois significa a quantidade de dólares que entram e saem do país (superávit ou déficit, respectivamente), gerando riquezas e trabalho para todos nós brasileiros.
No primeiro governo do “intelectual” (1995-1998) o saldo foi negativo de $23.543 bilhões de dólares, no segundo governo (1999-2002) o saldo foi de $13.777 bilhões de dólares positivos. Os dois governos resultaram no saldo negativo de $9.766 bilhões de dólares, enquanto em apenas 3 anos de governo atual o saldo foi positivo de $103.261 bilhoes de dólares, cerca de 11 vezes maior que os 8 anos do governo anterior (Fonte: revista Conjuntura Econômica – Março de 2006 – vol 60 – numero 03 – FGV anexo XIX).
Falamos agora da divida interna e externa e os famigerados juros: Em todo o período do governo anterior (oito longos anos), o mesmo conseguiu aumentar a divida liquida interna em 820 bilhoes de Reais, passando de R$61 bilhoes no governo do “topete”, para mais de R$ 880 bilhoes em 2002. Um verdadeiro escândalo!
Já no governo atual, em três anos a divida cresceu apenas R$ 72 bilhoes de Reais. Ou seja, a divida interna cresceu a uma taxa de 102,5 bilhoes de reais ao ano durante o governo anterior e apenas a uma taxa de 24 bilhões de reais durante o governo atual, ou seja, 1/3 da velocidade do que crescia durante o governo anterior.
Quanto a divida externa, apesar de a grande mídia ocultar esse fato, pela primeira vez na história, o Brasil deixa de ser devedor para ser credor do mundo. Com efeito, como todos sabem a taxa de risco-país é a menor de todos os tempos, fato este sustentado pela atual política do Tesouro Nacional de comprar títulos da divida externa. Segundo o Economista Maílson da Nóbrega (ex-ministro da Fazenda), em entrevista concedida ao jornalista Paulo Henrique Amorim, no fim de 2006 o Brasil terá um caixa de US$ 60 bilhões de reservas, contra uma divida de US$ 50 bilhões. Notem que quem está falando isso é um ex-ministro dos governos anteriores.
Para o ex-ministro, a redução progressiva da divida mostra que o Tesouro Nacional adquiriu capacidade de operar “com muita competência; mostrou que o Brasil é um país sério”.
Vale observar que até o ano de 2002 o nosso principal mercado era os EUA, 70% de tudo o que exportávamos era comprado pelos americanos do norte. Hoje, mesmo com o grande crescimento da exportação para lá o mercado norte-americano não representa mais do que 30% de tudo o que o Brasil exporta. Tudo isso, deve-se as incansáveis maratonas comerciais que o atual governo promoveu com as viagens à China, Rússia, Índia e outros países onde atualmente o nosso país mantém um intenso intercambio comercial.
Destaca-se ainda, que todo o acordo comercial feito pelo Brasil a partir de 2003 envolve transferência tecnológica e instalação de plantas industriais em território nacional. Nada mau para um governo tachado maliciosamente de “analfabeto”.
Quanto aos juros, quem não se lembra que em 1995 (primeiro ano do mandato do intelectual) os juros estavam a 85% ao ano. Para comparar, a TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo) é a menor dos últimos 10 anos!
Alem disso, acredito que o alto índice de aprovação do atual presidente se deve principalmente ao fato de que nunca houve tanta distribuição de renda a classe mais pobre da população quanto agora.
Notem que o salário mínimo no último ano do mandato do “intelectual” era de apenas 50 dólares e que a partir de maio de 2006 o salário mínimo passou a valer 170 dólares! Fácil, então de explicar a popularidade do atual presidente. O povo não é bobo.
Tem mais, segundo levantamento do Dieese, as negociações salariais verificadas em 2005 apresentaram os melhores resultados dos últimos 10 anos!
Recentemente foi publicado na grande imprensa “O governo Lula produziu uma melhora considerável na classificação econômica dos eleitores a partir de 2003, revela pesquisa Datafolha. Cerca de 6 milhões de eleitores saíram da classe D/E. A maioria migrou para a C. (…) A melhora na renda se dá por uma combinação de cenário econômico positivo e forte aumento de gasto público dirigido aos mais pobres”.(Folha de São Paulo, 9/7)
Vale destacar que essa noticia foi um soco no estômago de quem apregoava que a classe média estava em extinção.
Não se enganem os mesmos que atacam o atual governo somente concebem a democracia sem a participação do povo. Para eles, os princípios da democracia terminam na entrada da favela, na porta da fábrica ou na porteira da fazenda. São os mesmos que apoiaram todas as violações de normas constitucionais, dos direitos humanos, incluindo as barbaridades cometidas pelo regime militar de 64. Apoiaram Collor e seus asseclas, na política neoliberal do “intelectual” e alem disso prestigiam os políticos que estão envolvidos/indiciados pelos mais diversos crimes.
Vejam, que em nosso estado praticamente todos os parlamentares Federais, com raríssimas e honrosas exceções estão envolvidos em atos criminosos, que se não estivessem sob o manto da prerrogativa da função já estariam presos.
Na última edição da Revista Veja (26 de julho), consta as duas listas de Parlamentares sanguessugas (112 parlamentares) e apenas dois (2) são da legenda do atual governo, sendo que um deles é um ex-parlamentar. Da chapa branca do partido do candidato patrocinado pelo “intelectual” tem seis, e de seu principal partido aliado tem dez!
E ainda falam que é culpa do atual governo a camarilha de corruptos instalada no Congresso Nacional.
Ora, nunca houve na história desse país tantas operações da Policia Federal para desbaratar quadrilhas de colarinhos brancos, inclusive em nossa cidade tivemos operações da PF, quem não se lembra da operação curupira?
A grande diferença é que hoje se apura a corrupção e antes não era assim. Ou alguém não se lembra de todas as CPIs que foram impedidas pelo governo do “intelectual” e de seu “engavetador geral da república”?
Para finalizar, porque o atual presidente aparece com alto índice de aprovação? Fácil, porque o salário mínimo atual é o maior em 60 anos e o segundo maior da história, só perde para o do JK em 1956. A distribuição de renda é a maior em 25 anos, o Brasil cresce e por aí vai…
Roberto Carlos Melgarejo de Vargas, morador de Sinop desde 1989, trabalha como advogado em Sinop desde julho de 2000.