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Origem da opressão da mulher

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Como ainda comemoramos o mês da mulher e por ter lido vários artigos sobre o assunto, escrito inclusive por personalidades da política matogrossense, os quais não abordaram os fatos históricos, com fundamentação científica a origem da opressão das mulheres, então resolvi dar minha contribuição.
Começaremos com a seguinte frase do socialista alemão Friederich Engels:
“A questão feminina é uma questão social e só como tal poderá ser resolvida”.
Pensadores como Engels e Marx, buscaram na ciência, desnaturalizar a condição de subordinação das mulheres e situando sua gênese num processo histórico-social.

Eles fizeram uma análise da involução da situação das mulheres, das condições de uma igualdade na época do considerado comunismo primitivo até a chamada civilização.
Nesse período a “ciência da família” estava dando os seus primeiros passos quando os dois pensadores socialistas alemães se interessaram por ela. A obra pioneira neste campo havia sido O direito Materno de Bachofen, publicada em 1861. Nela o autor expõe, pela primeira vez e escandalizando a sociedade conservadora da época, a tese de que nas sociedades primitivas, em certo período, teria predominado o matriarcado – ou seja, havia predominado a ascendência social e política das mulheres sobre os homens.
Engels, no prefácio de 1891, referindo-se a descoberta de Bachofen, escreveu: “primitivamente não se podia contar a descendência senão por uma linha feminina (..) essa situação primitiva das mães, como os únicos genitores certos de seus filhos, lhes assegurou (…) a posição social mais elevada que tiveram (…), Banchofen não enunciou esses princípios com tanta clareza (…) mas, o simples fato de tê-los demonstrado, em 1861, tinha o significado de uma revolução”.
Outro pensador importante para afirmar que a discriminação das mulheres não é um fato “natural” como inclusive as religiões a encaram, foi Lewis Morgan, que dividiu a sociedade em três fases na evolução: 1) o estado selvagem. 2) o estado de barbárie. 3) civilização.
É justamente no estagio civilizatório que ocorre todo o processo de submissão da mulher, foi no início deste período que começa a surgir a idéia de propriedade.
Quando a humanidade sofre o processo de “ civilização”, talvez no fim do último período glacial, os clãs começam a se transformar em tribos, por conta da fixação e demarcação de terras, onde a agricultura lhes fosse mais favoráveis, além de proximidades com a água e a pesca, aproveitando-se da condição de estado de gravidez das mulheres, os homens deixam as mulheres nesses locais, enquanto eles realizariam os trabalhos pesados, como coleta, caça, agricultura e defesa.

O homem ao longo desses milênios começa a tomar conta das decisões estratégicas das tribos, surgindo assim a “superioridade” masculina na sociedade. A mulher fica muito tempo fora do processo produtivo ( exceto o de produção de descendentes), forjando uma sociedade machista conservadora, a qual se reflete até na escrita da história dos judeus ( bíblia). Já nos primeiros capítulos do Genesis aparece a cultura machista, quando o escritor diz que deus fez o homem a sua semelhança e depois fez a mulher, outro flagrante desse preconceito ocorre quando Moisés desse do Monte Sinai com os “Dez Mandamentos” , se não fossem exclusivamente masculinos seriam apenas
nove, pois o nono é exclusivo para os homens. ( não desejar a mulher do próximo). Foi nesse processo histórico-social que a gênese da submissão foi desenvolvida. Segundo Charles Fourrier: “a mudança de uma época histórica pode ser sempre determinada pela progressão das mulheres em direção à liberdade (…) O grau de emancipação da mulher é a medida da emancipação em geral”.
A emancipação da mulher e sua equiparação ao homem são e continuarão sendo impossíveis enquanto ela permanecer excluída do trabalho produtivo social e confinada ao trabalho doméstico, que é um trabalho privado.
A emancipação da mulher só se torna possível quando ela pode participar em grande escala, na produção de riquezas; e quando o trabalho doméstico lhe toma apenas tempo insignificante”.

Carlos Veggi é consultor em Cuiabá e ‘curioso do mundo’.

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