Sempre é bom lembrar, ou se informar, sobre como surgiu a terra em que vivemos. A história de Cuiabá, capital mato-grossense, teve sua origem a partir da missão confiada aos bandeirantes paulistas para aprisionarem índios visando o trabalho escravo em propriedades produtivas, a exemplo de fazendas de café e açúcar. A tarefa também confiada para eles era o de descobrirem novas zonas de mineração, via sertões do País. Uma forma de expandir o processo de interiorização sócioeconômica, para ampliar o enriquecimento da coroa portuguesa.
Neste processo, em que se colocava em prática o projeto colonial português, no Centro-Oeste, a bandeira de Pascoal Moreira Cabral Leme, paulista da cidade de Sorocaba, descobriu nas margens do rio Coxipó, uma mina de ouro, com muitas pepitas. Um fato importante não só para o início das monções no sertão brasileiro, mas para a fundação de Cuiabá e de tantas outras cidades brasileiras.
Cuiabá tornou-se muito importante no contexto econômico da coroa portuguesa. Em uma audiência da província de Mato Grosso, o seu interlocutor entregou um presente ao rei. Seu cerimonial anunciou "cachos de banana", o rei indagou surpreso "cachos de banana???" O representante da província rápido corrigiu, "sim cachos de banana, mas de ouro".
Com a escassez do ouro, mudanças do contexto sócioeconômico e falta de visão de seus governantes, O estado perdeu seu papel no campo mineral, no âmbito regional e nacional. Em 2003, o atual governo tomou decisão importante acreditando no potencial e riqueza do subsolo. Mudou toda política de governo no campo mineral e desencadeou ações de fortalecimento dos instrumentos necessários.
Várias ações foram feitas e dentre elas, mapas geológicos, geoquímicos e de recursos minerais. Também foi feito o mapeamento aerogeofísico do Estado. Um processo que identifica as áreas com ocorrência minerais. Em linguagem popular foi levantado o mapa das minas. Com isso, fica mais fácil para o Estado buscar investidores.
Em 2003, Mato Grosso era o 11º estado em requerimento do subsolo no DNPM – Departamento Nacional de Produção Mineral, hoje somos o terceiro. No campo de metais e pedras preciosas, do ano 2000 ao ano de 2007, saímos de uma produção de 115 quilos de ouro para 6.080; de 60.224 quilates, de diamante, para 150.000.
Há um ano o governo de Mato Grosso começou a desenvolver o Programa Fosfato Brasil, já que nosso Estado tem a dependência do mineral, para sua produção agrícola. Terminada a primeira fase desta iniciativa foram encontradas evidências do produto mineral, em algumas áreas. No município de Mirassol do Oeste, por exemplo, foi encontrado um grande depósito mineral de fosfato, com ferro, cujo teor e quantidade é relevante para a extração. Trata-se de um depósito todo cartografado que chega a 70 quilômetros quadrados. A equipe passou mais de um ano trabalhando nessa área.
Pela área e altura da incidência do referido depósito, estimamos que a quantidade de rochas mineralizadas seja de algo em torno de 3.6 bilhões de metros cúbicos, uma verdadeira riqueza depositada pela natureza em solo mato-grossense em uma região rica em minérios, na qual já se tem minas de ouro, zinco e níquel.
Tem horas que eu fico pensando: como é difícil progredir. A cada dois passos que damos para frente, aparecem forças ocultas tentando nos puxar para trás. Promovemos incentivos para o progresso econômico regional e o desenvolvimento sócioeconômico, como um todo. Temos o interesse de continuar mostrando para o Brasil e ao mundo o potencial deste Estado. Nossa meta é continuar crescendo, independente das forças contrárias dos medíocres, que preferem as críticas negativas ao invés de promoverem a prosperidade.
Nosso futuro não está só "escrito nas estrelas", mas também cartografado por uma equipe de pesquisadores. O depósito existe e significa uma grande riqueza para a região. A quantidade exata e as tecnologias para extrair o produto ainda devem ser pesquisadas.
Pedro Nadaf é secretário de Estado de Indústria, Comércio, Minas e Energia e presidente do Sistema Fecomércio/Sesc/Senac-MT