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Ontem e hoje – parte 1

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Mudar a economia de uma pessoa, uma família, uma cidade, um estado ou um país, não tem milagre é uma equação matemática. Para aumentar a riqueza é necessário uma alta pitada de ação e estratégias. Percebe-se que esta lógica simples, nos últimos sete anos, tem sido aplicada em Mato Grosso, legitimando-se via política de estado, numa administração que foi capaz de encontrar mecanismos para agregar valores aos produtos primários, transformando-os em bens para o desenvolvimento de nossas riquezas.

Vale aprofundar um pouco mais sobre agregação de valores, e vou citar um exemplo de fácil entendimento. Por exemplo, uma pessoa tem no quintal de casa um pé de limão e todos os dias colhe os limões e os vende na feira, como foram colhidos. Não agregou nenhum valor ao produto, capaz de aumentar sua rentabilidade e gerar empregos. Um belo dia, esta mesma pessoa, pega os limões e faz um suco, e da casca faz o doce, e vai para a feira comercializar a produção. Com isso, sentiu a necessidade de contratar pessoas para ajudá-la no trabalho. Assim, passou a gerar emprego e renda. O limão passou a valer 10 a 15 vezes mais do que na forma natural.

Dentro desta lógica, o Governo do Estado tem trabalhado nos últimos anos. Atraiu indústrias, interessadas em agregar valor a nossa produção agrícola, com isso a soja, milho, algodão, dentre outros, tiveram valores agregados. Para se chegar a este ponto, entretanto, foi necessário primeiramente mostrar o potencial primário do Estado, depois brigar com outros estados que também queriam essas mesmas indústrias, por final, oferecer um incentivo fiscal, que não é dinheiro, mas sim uma redução de impostos, para que esta deixe de pagar por um período, para compensar seus custos de investimento e de produção. Por esta razão que eu falo que a lógica por mais simples que possa parecer, precisa de políticas de estado para avançar.

Veja bem, se um empreendedor optar por industrializar o algodão, poderia muito bem pegar o produto que hoje é 55% da produção do Brasil e transformar em fios e tecidos agregando valor em até 17 vezes o seu preço, em outro estado, como São Paulo que estrategicamente tem logística, fica perto do porto, e é um grande centro de consumo e distribuição.

Com programas de incentivo e mostrando o potencial de Mato Grosso, o governo, através de secretarias estratégicas, conseguiu atrair grupos econômicos, que jamais viriam para Mato Grosso, não fosse por contrapartidas interessantes. É o que podemos chamar de ganha-ganha.

Grupos empresariais incentivados, por exemplo, começaram a pegar a soja e esmagar ao invés de exportar o produto de forma bruta. É como o exemplo do limão, que citei. Da soja derivou-se o óleo, que tornou-se biodiesel e outros produtos próprios para o consumo, inclusive na cadeia alimentar. Por esta razão, somos hoje, o segundo produtor nacional de biodiesel, com 24% de toda produção nacional. Do farelo começou e produzir ração e teve início a produção de frangos, sendo que hoje Mato Grosso abate 1.2 milhões de aves por dia. Além disso, abate também milhares de cabeças de porcos diariamente..

Nestes últimos sete anos, mais de R$ 10 bilhões vieram para o Estado, através de novos investimentos, em empreendimentos, que se não fosse pela ousadia e determinação, estariam instalados em outros estados do País. Creio que se você não entendia, agora passou a entender a razão de Mato Grosso ser campeão brasileiro em crescimento econômico e o título de campeão nacional é atribuído também, neste mesmo período, a geração de empregos formais; são mais de 400 mil novas frentes de trabalho. Por fim, pra confirmar que matemática bem planejada não é milagre, vale dizer que nosso Estado é o único do Pais que cresceu 76% de sua riqueza em seis anos.

Pedro Nadaf é secretário de Estado de Indústria, Comércio, Minas e Energia e presidente do Sistema Fecomércio/Sesc/ Senac-MT

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