quinta-feira, 18/abril/2024
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O político e a Maria pedinte

Wilson Carlos Fuáh – Economista Especialista em Administração Financeira e Relações Políticas e Sociais em Mato Grosso - [email protected]
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Uma senhora todos os dias, vestia as suas fantasias de mendiga e ficava no cruzamento de maior movimento da cidade, a pedir esmola com sua voz triste, e nos seus olhos traziam tanto sofrimento que as pessoas paravam cheias de compaixão e procuravam a moeda de menor valor disponível na bolsa para lhe ofertar.

Mas, certo dia uma senhora colocou nas mãos duas moedas, uma de maior valor e outra de menor valor, e disse para a Maria Pedinte:
- escolha qual a moeda deseja, e ela escolheu a de menor valor e sempre agia assim, com isso, as pessoas saiam felizes por ter encontrado uma pessoa considerada imbecil, e saiam dando gargalhadas.

E nessa onde, levava uma grande quantidade de pessoas a fazer isso, e se sentiam felizes por enganar a Maria Pedinte, riam e saiam olhando pelas janelas dos seus carros, a medir as ações do mundo pelas suas réguas, dizendo que todos aqueles que escolhem o menor, de certa forma, se transformam em pessoa menor.
 Um senhor se achando muito “esperto”, aconselhou a Maria Pedinte:
“Sempre que lhe oferecerem duas moedas não seja “besta”, escolha a de maior valor, só assim terá mais dinheiro, sairá mais rapidamente dessa vida de pedinte, além de não ser mais considerada uma “bobó Lelé” perante aos outros”.
 Mas, Maria Pedinte lhe respondeu: 
- ao me passar por uma idiota, faço com que aumente a cada dia, mais e mais pessoas me oferecendo dinheiro, pois elas sentem necessidade de provar que existem no mundo, pessoas inferiores e mais idiotas que elas. Se eu fizer de maneira contrária, deixarei de ganhar meu sustento. Não “há nada de errado em se passar por tola, se na verdade o que estou fazendo é uma forma inteligente de ganhar o meu sustento”.

Na vida tudo tem uma explicação, se a Maria Pedinte deixasse de parecer tola perante a opinião pública, cessaria sua preciosa fonte de renda, por isso é que aumenta cada vez mais a legião de pessoas recebendo bolsas e se passando por tolas ao votar naqueles que estão de plantão no poder, porque ao deixar de fazer as trocas de favores eleitorais, as possibilidades de continuar com as esmolas governamentais, desaparecerão.
 Certa vez foi perguntada a Maria Pedinte, se era correto e ético proceder assim? 
 Ela disse:
- Não aconselho a ninguém a ser igual a mim, mas sei que essa filosofia é copiada pela maioria dos políticos. Eu sei que eles se especializaram em enganar as pessoas e indiretamente fazem questão absoluta de me imitar! 
 Um dia foi descoberta a verdadeira história de Maria Pedinte, todos ficaram sabendo que ela tinha em seu patrimônio: uma linda casa própria, carro na garagem e uma grande poupança, afinal quem é a idiota neste país onde todos só pensam em levar vantagem?
 Quantas pessoas por vezes são cópia de a Maria Pedinte, se fazendo de carentes, para receber um afago financeiro ou um carinho no bolso. No espetáculo da vida, existem atores bem sucedidos, interpretando papéis de políticos no show do “Faz de Conta” só para aumentar a sua Própria Conta.

Entre os seres vivos, o ser humano é o único que sabe produzir lixos sociais com exclusividade, porque são depositários de ações esbanjadoras, produzindo sujeiras sem ética e acumulando conceitos distorcidos para levar vantagem sempre.
E de eleição em eleição nascem novos e pósteros corruptos vivendo de Verbas Indenizatórias ou desvios de recursos públicos, com raríssima exceção, esses atores nascem das urnas eletrônicas e fazem parte do mundo político atual, escrevendo páginas das suas vidas em “delações premiadas” e, por isso, poderiam ter na discrição da sua formação: “status” de discípulos de Maria Pedinte.

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