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O futuro é inevitável

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Sem a mínima pretensão de dar aulas aos "sábios" da política e do planejamento de nosso estado, não posso deixar de pontuar algumas questões, quem sabe, a mero título de reflexão. A Cia. Nacional de Abastecimento – Conab, do Ministério da Agricultura, divulgou nesta sexta-feira que a produção estimada de grãos em Mato Grosso será de 50 milhões de toneladas na safra 2014/2015. Esta que está sendo plantada agora e vai ser colhida com duas safras de soja e de milho até julho do ano que vem. A safra de 2013/2014, já colhida, foi de 42 milhões de toneladas.

Vamos a algumas comparações antes de alguma análise de futuro. Em 1990, o Brasil produzia 90 milhões de toneladas de grãos. Mato Grosso produziu em 1994, 3 milhões e meio de toneladas de soja. Em 20 anos, saltou para 42 milhões. Um salto de 38 milhões e meia. O aumento de 2014 para 2015 equivale a toda a safra de 1994.

Dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária – IMEA, do Sistema Famato, estima que em 2021/2022 a produção será de 68 milhões. Aumento de 76% em relação ao ano passado. Isso significará uma demanda de novos serviços públicos, no mínimo, assustadora. Imagine-se a busca por licenciamentos ambientais, ou a preparação de recursos humanos para as centenas de novas exigências nas áreas atuais e novas das atividades econômicas. Com essa educação de lata de lixo que hoje se tem, como enfrentar um futuro que pedirá conhecimentos e tecnologias novas cada vez mais desafiadoras?
E o planejamento de urbanismo das cidades, hoje na maioria sucateadas. Como ficará a questão logística, sem planejamento estratégico mínimo que seja. Tirando a concessão da BR-163 de Itiquira a Sinop, o MT Integrado é um programa muito capenga e sem valor estratégico para o futuro que se traça. É só o que se tem. O resto é conversa eleitoral.

O pano de fundo desse futuro, é claro, passa pela gestão pública do Governo de Mato Grosso, há anos sucateada. Os serviços prestados são muito abaixo do mínimo aceitável e a eficiência é cruel. O futuro que se desenha para Mato Grosso não passa em nenhum momento pelas mãos do Estado federal e estadual. Vem do arrojo privado e dos investimentos demandados por exigências nacionais e mundiais. A gestão deve apenas responder no planejamento estratégico pra não impedir o futuro e com os serviços públicos pelos quais é regiamente paga com os impostos que arrecada.

Tal será o futuro, que não se poderá mais errar como se vem errando ano após ano na gestão pública mato-grossense.

Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso – ex-secretário estadual de Comunicação

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