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No enfrentamento se faz mais e melhor

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Refiro-me aos companheiros e companheiras, Profissionais da Educação. Há mais de 47 anos fazendo a história da Educação de Mato Grosso. Esta reflexão a escrevo, em parte, como um resumo das vitórias dessa classe trabalhadora e que chegam as nossas carreiras.

São ações significativa que nos transforma em referência para o Brasil, embora com algumas ideias de que posteriormente não ficará na historia, pois, para alguns ingênuos que esperam ver publicados em algum meio de impresa ou revista a luta da nossa classe e os embates diante de governos intransgentes e déspotas.

Cheguei em Mato Grosso numa época histórica. Em seu início marcados por grandes dificuldades e carências; era preciso solucionar problemas urgentes, dentre os quais o da saúde, educação, transporte que eram considerado como prioritário.

Precisava-se de pessoal “desbravadores e preparados” nestas especialidades e, portanto, era necessário encarar os fatores que se impunha e com certa urgência; no entanto, devia ser feito apesar de todas as limitações existentes no estado de Mato Grosso.

Contudo, cada vez mais os Educadores foi se tornando consciente sobre a marginalização em que viviam a maiorias das pessoas e principalmente, o funcionalismo público. Em Mato Grosso, por exemplo, apenas existia um pequeno número de professores leigos e empíricos, alguns deles formados e provenientes dos Estados do Sul e Sudeste Brasileiro e com básica Colegial.

Os  governos dessa época, diziam que era preciso  formar “cidadões” para todo o país, mas que era necessário fazê-lo logo. Afirmativamente deveria levar professores para cumprir essa missão, tal como o progresso. Assim a experiência de trabalhar durante anos e anos em Mato Grosso foram e continuam difíceis.

Os primeiros contatos de filhos de trabalhadores que abandonavam os machados e as foices foram para crianças e com o intuito, apenas, de ensiná-los a ler e escrever. Ali, na escola,  explicaram o caminho Suave que de suave só tinha o nome, que ante a esses centros que davam atendimentos muito seletivo e um número muito exíguo a população mais necessitada podia ascender a esses serviços.

Na medida em que se conhecia o meio em que devia trabalhar, os trabalhadores, via a necessidade de fazer um trabalho muito grande e também dilatado no tempo. Observar já naquela época a preocupação do Estado por assumir o direito a  Educação Pública de qualidade a população em todo o Estado de Mato Grosso e país.

Era necessário começar. Fazer as primeiras tentativas de estágio elementar, nos pequenos núcleos educativos de atendimento a alunos, em sua grande maioria, em salas multisseriadas, com as mais sequelas das diversas políticas ditas de governo.

Estes Profissionais da Educação construiam os seus próprios elementos e métodos para os seus educandos. Refero-me aos elementos para a marcha das crianças com as sequelas do equívoco feitos por seus mestre com resíduos tal qual das lâminas das foices, além disso construir paralelamente uma doutrina tipo artesanal para os exercícios, ditos perfeitos e infalíveis.

Oficialmente no ano 1998, iniciou uma nova etapa com a consolidação da LOPEB,  docente e menos perversa para os Profissionais da Educação e principalmente para os  alunos por garantir uma Escola pública em Mato Grosso sem os requísios do coronelismo e clientelismo.

Desta forma, podemos compreender quão acertado foi ter trazido as mais importantes valorizações ao exercício da docência correta e com decência. Encontrava-se no cerne da legislação, tudo feito com os meios que tínhamos ao nosso dispor, principalmente na paralisação das atividades.

Porém, foi muito interesse por aprender com os Profissionais da Educação a lição que não estava no caminho suave, mas na prática verdadeira de cidadania, luta e garra ao responder a uma política governamental indecente, à qual não tinha referentes e não era avaliada na especialidade, mas que tudo não respondia as experiências adquiridas em Mato Grosso e a uma responsabilidade que julgo fazer parte de toda a minha vida, meu trabalho e vinculado, hoje, a docência e atuação sindical e social.

Esse foi o início que serviu-me de modelo, que eu julgava também, para os meus futuros “mestres e hoje colegas” que sendo ministrados e com a experiência adquirida iriam ajustar  os programas cada ano com muita dedicação. Ao passo de concluir,  que com o tempo chegaríamos a ter a formação, não referenciada nos livros, mas, principalmente nas experiências que nos permitiriam preparar todo material docente e decente humanizado e integral de homens e mullheres; isto é, as bases fundamentais de uma SOCIEDADE de natureza humana, em que poderíamos adquirir e abstrair todas as experiências que seriam muito valiosas nos muitos anos subsequentes.

O caminho para o desenvolvimento do que hoje são as nossas referências de carreira, vem da luta e do enfrentamente dos governos de Mato Grosso, gesta-se nesses episódios, aqui relatados, aquilo que foi a especialidade e como foi crescendo ano após ano em todo profissional da Educação e para chegar ao que hoje podemos constatar como carreira e valorização profissional.

Se percorremos, a modo sistémicos de informação, encontraríamos  sem nada modesta e reduzida a existência de pessoas organizadas por um ideal de sociedade igualitária e para todos e todas. Outros que já estavam instalados prestavam serviço à população, mas com grande coragem preparado para tratar destas especificidades e confronto aos governantes.

O interessante, era ver nossos professores e servidores da Educação não medindo esforços para ir solucionar problemas tão rudimentares, como a falta de merenda, limpeza e principalmente solicitação dos pagamento de seus salários em mais de seis meses atrasados, ao passo que nesse caminho estavam traçando vidas.

Essas experiências foram muito importante para mim. Vi como a Educação ia se transformando e criando os seres humanos preparados para a futuro. Por exemplo, preocupava-se os níveis de instrução para a saída dos cursos regulares e diga-se de passagem 180 dias letivos, bem como a integração de estudos nos programas relacionados com a especialidade social.

Lecionaram, talvez, sem querer as aulas que me levam, hoje, a refletir sobre a atuação de colegas que evitam as imprecisões e os comentários desfavoráveis, para projetar-se corretamente o plano de ação e atuação livres que os tonam escravocratas.

Pode-se constatar que o deveria ser sempre uma norma de ética e valores referenciais, faz nos sintir diminuído e diluídos no processo que deveria se o começo, mas se transforma no fim.

Os meus anos como aluno foram muito enriquecedores, visto que me permitiram conhecer todas as situações que vive um educador. Na medida em que vou escrevendo esta reflexão me coloco nesse tempo, próximo e longínquo. Teria de dizer que pude conhecer um lado generoso e solidário.

A escola foi se equipando cada vez mais com novos elementos para dar um “melhor” atendimento e completo aos alunos; cada ano ampliando com novas tendências e especialidades, como também se foi alargando o distanciamento da coragem e da luta do enfrentamento e da honestidade com o que faz-se em ambientes educativos, até chegarmos ao ridículo de termos que indispormos com colegas para alerta-los que deve-se lutar pela sua e nossa valorização profissional e pela qualidade na aprendizagem.

Nesta greve da Educação de 2011, pude constatar que um profissional não se faz pelos títulos que se carrega debaixo do braço, pois, se esquecem as bases teóricas e práticas com que foi educado e muito mais que se deve estudar sempre e ao mesmo tempo estar dispostos para lutar e brigar pelos direitos coletivos de todos e todas.

Esta reflexão está sendo para mim, como a gente sente o carinho pela nossa casa, não posso deixar de recordar tantas coisas que vivi, com tantos pessoas que me brindaram sempre uma Educação verdadeiramente verdadeira.

Devo, aqui também, recordar a palavra de ordem do SINTEP/MT “Valorização Profissional com Qualidade na Aprendizagem” em comprometer em  nunca medir esforços para que se entenda as palavras  ‘Educação e Humanidade’, apesar que não são simples palavras, senão um chamamento ao mais fundo: à humanidade e à dignidade de cada um e cada uma.

É de salutar a demonstração constante e desejo de enviar aos Educadores que formam, na prática, as alunas e alunos que serão os profissionais com significativas experiências e prestígio de amanhã.

Uma saudação de carinho e amizade; partilhar com vocês, educadores, companheiros e companheiras a tarefa tão gratificantes como o trabalho educativo, que sempre será a complementação ao trabalho cidadão, em que muitos consagraram as suas vidas ou que morreram pelas suas ideias, desafiando governos.

Valdeir Pereira é professor em Sinop

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