Não basta ser pai! Tem que participar.
Faça algo realmente perigoso! Conte a verdade a si mesmo. Pelo menos desta vez reflita. Em algum momento da sua vida você já parou para pensar e fez uma reflexão profunda de grande parte dos dias que se foram? Deixe um pouco de lado os seus mirabolantes planos para o futuro e se reporte ao passado. Feche os olhos agora; e olhe para dentro. Comece lá longe, lá atrás. Procure o mais antigo quadro exposto na parede da sua memória. Provavelmente você não encontre a pintura dos seus primeiros passos, você ainda era tão dependente, principalmente dos seus pais. E por lembrar deles, onde andam? O que fazem agora? Estão juntos ainda? A vida os uniu? Ou os separou? Não importa! Importa o que você sente e faz por eles agora! Certamente consiga lembra do carinho que tinha por seus velhos naquele tempo. Você sempre queria e chorava para ir junto com seu pai em todos os lugares, mas quase sempre ele não o levava. Você com seu sentimento pueril não entendia e dizia que seu pai não o amava! Que absurdo! Hoje certamente ele se arrepende, pois sabe que muitas vezes poderia ter tido a sua companhia, e deve estar louco para o ver. Hoje, você até entende seu velho, afinal ele era um homem tão ocupado, exatamente como um dia você foi, cheio de projetos para conquistar o mundo e certo de que se vacilasse alguém faria primeiro. E certamente se tivesse vacilado alguém teria feito primeiro. Sabe seu filho, aquela criança muitas vezes inconveniente que não saía do seu pé? Pare e pense! Ele não foi exatamente como você era? E você não agiu igualzinho ao seu pai?
Lembra da sua adolescência? Você tentou tanto estar sempre junto do seu herói, que até se cansou. Ai você abriu a porta e saiu; observou que as companhias lá de fora, supriam à falta da companhia lá de dentro. Lembra quanta coisa você aprendeu? Quanto erro cometeu? Quanta injustiça sofreu e quanta promoveu? Quanto de bonito fez e quanto deixou de fazer? Lembra quanta bronca ouviu dos seus velhos? Pura preocupação! Afinal lá fora é tão perigoso e você não parava mais em casa! É! A criança havia crescido! Crescido tanto, que já não era mais criança.
Lembra do seu primeiro amor? Você adorou, mas seu pai, nem um pouco! E você pensou: mas que chato, me proibindo de novo! Ora, você estava certo, não estava? Seu amor era correspondido! Então porque é que você foi contrario ao primeiro amor do seu filho? Lembra? Você ficou uma fera!
Bom! O tempo passou; muito você fez, muito deixou de fazer; e seu filho; aquela criança que chorava igualzinho a você quando seu pai o deixava em casa; ela também cresceu e até já o deu um neto. É! O tempo passa rápido, não espera nada e nem ninguém, que o diga seu espelho e seus cabelos, que um dia já foram negros!
Mas por falar em cabelos; onde andam os seus? E seu neto, o que faz agora? Com quantos anos está? Você já o viu hoje? Já o abraçou contra o peito? Pelo menos telefonou, ou o escreveu?
Você acha que seu pai falhou consigo em determinados momentos? E você foi um pai presente? E seu neto, o que ele faz agora? E o tempo? Há o tempo não pára, não pára nunca! Não deixe mais esta fase passar com tão poucas emoções. Afinal você já não é um homem tão ocupado assim! Esqueça um pouco dos planos mirabolantes para o futuro e viva a vida, agora! Porque o tempo continua deixando tudo para trás. Lembra quando você era criança, adolescente, pai? Parece que foi ontem, e hoje você acorda cheio de netos. Que bom; porque o amanhã é uma incógnita, e você ainda tem uma chance! Lembra tudo que deixou de fazer para o seu filho? Faça agora para o filho dele…
Emerson Grisa é repórter em Lucas do Rio Verde e universitário do Curso de Licenciatura Plena em Letras