Antigamente as pessoas ao se deslocarem a grandes distâncias eram guiadas pela lua e pelas estrelas. A estória mais conhecida é a dos Reis Magos, que foram do Oriente visitar o menino Jesus que teria nascido em Belém, no que hoje é um território disputado por judeus e palestinos.
Costuma-se dizer que para quem não sabe onde deseja chegar, ou seja, não tem um ponto de referência quanto ao seu destino final, qualquer lugar pode ser seu destino. Modernamente os avanços da ciência e tecnologia têm possibilitado `as pessoas navegarem com segurança e certeza de que estão no rumo certo ou na rota correta. Isto pode ser feito pelo GPS, que significa, em ingles " global positioning system" , traduzido para a língua portuguesa como "sistema de posicionamento global".
Este sistema foi criado nos EUA e é alimentado por 28 satélites em órbita transmitindo dados e informações de localizacão aos receptores em terra, no mar ou no ar. É usado pelos sistemas de navegação aérea, maritima, terrestre e também em mísseis e sistemas balísticos, relógios de alta precisão, sistema de monitoramento remoto. Estão em carros, aviões, ogivas nucleares e até em celulares.
De forma semelhante, na admnistração e gestão tanto pública quanto privada também existe o que poderiamos chamar de GPS politico,econômico e social para guiar tais setores, facilitando a vida tanto de empresas privadas quanto os organismos do Estado a terem mais racionalidade, eficiência e eficácia. Este GPS já existe há muitas décadas, é muito elogiado mas pouco compreendido e utilizado, principalmente pelos donos do poder. Denomina-se planejamento e quando se trata de uma viagem longa no tempo, passa a ser entendido como planejamento estratégico.
Parece que nos últimos tempos nossos governantes não estão preparados , não sabem ou não querem usar esta tecnologia moderna e continuam guiando-se pela lua, pelas estrelas, e pela própria intuição ou interesses menores para dirigirem os destinos de milhões de brasileiros e a usarem bilhões ou trilhões de reais que o país produz, que é denominado de PIB e boa parte de tudo isto (aproximadamente 38%) é recolhido aos cofres públicos para serem usados nesta trajetória, que muitas vezes é guiada pela improvisação e pelo sistema de tentativas e erros, mais erros do que tentativas racionais.
Assim, o GPS politico indica a localização dos países no contexto das relações internacionais e no espaço geopolítico e estratégico mundial. Para saber utilizar corretamente o GPS politico primeiro o país (no caso, por exemplo, do Brasil) precisa ter um projeto de desenvolvimento nacional com ações de curto, médio e longo prazo, como se fosse o roteiro de uma viagem longa e cheia de obstáculos a serem vencidos até chegar ao seu destino. Este destino são os objeticos nacionais permanents e para avaliar como anda a trajetória é fundamental a utilização de indicadores, metas, prazos para chegar a cada ponto intermediário desta viagem.
Desta forma, somente conhecendo a realidade e como está o país em termos de conquista desses objetivos é que um governo pode pretender representar os anseios e aspirações nacionais e isto só pode ser feito quando comparamos o Brasil com os demais países, ou seja, como estavamos há uma ou duas décadas passadas, como estamos hoje tanto interna quanto no contexto internacional e quanto falta para chegarmos a este destino de um país desenvolvido, justo, solidário com qualidade e padrão de vida dígnos de uma sociedade moderna que respeita os direitos das pessoas, seja transparente, onde seus governantes sejam guiados pela ética e comprimisso com o bem-comum. Tudo isso deve estar inserido na memória do GPS politico que deve nos guiar muito além das próximas eleições, independente dos nomes que sejam escolhidos pelas convenções partidárias e homologados pelos eleitores em 2014.
Será que um país cujo crescimento do PIB esteja na 115a. posição no ranking mundial, que possui uma das maiores taxas de inflação, de juros, de tributação, uma dívida pública de trilhões e outros indicadores vergonhosos está no rumo certo?
Juacy da Silva, professor universitário, fundador, titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia, [email protected]