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Gás cuiabano “descaso”

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O maior investimento dos últimos 20 anos em Mato Grosso, mais de US$ 750 milhões, corre o risco de se perder. O gasoduto e a Termelétrica Pantanal colocaram Cuiabá no mapa mundi do desenvolvimento, sendo o gasoduto importante para Mato Grosso e estratégico para Cuiabá.

Nossa Capital – Cuiabá – é uma cidade com vocação para serviços, tais como educação e saúde, com um contingente expressivo de faculdades e hospitais, com qualidade inegável, e para o turismo é o portão de entrada de turistas do Brasil e do mundo para conhecer nossas maravilhas: o Pantanal, a Floresta Amazônica, o Cerrado, com suas características únicas, Chapada dos Guimarães, Nobres e tantas outras ainda a descobrir.

A disponibilidade do gás em Cuiabá possibilita que nossa Capital concorra com Campo Grande não só para sediar a Copa do Mundo, mas para atrair uma unidade da Petrobrás que será construída no Centro Oeste. E esta cidade, que acaba de completar 290 anos, possui vantagens importantes quando comparada a Campo Grande, desde que tenhamos gás natural.

Com o decisivo apoio dos Governos de Fernando Henrique Cardoso e Dante de Oliveira, foram construídos 700 km de gasoduto e a termelétrica. Basta agora que se atravesse a rua e se construam alguns metros adicionais de gasoduto no Distrito Industrial e na zona urbana para se criar a possibilidade de ampliação de uso do gás natural com a consequente redução de custos nas indústrias, alem da geração de um número muito grande de empregos.

Por que, então, o Governo do Estado não trata o gasoduto e a termelétrica como um projeto estratégico para Cuiabá?

Segundo dados do Ministério das Minas e Energia, o Brasil queima e desperdiça, 8,14 milhões de m³ de gás natural com o desaquecimento da economia, sendo que a termelétrica de Cuiabá precisa de 2,2 milhões de m³/dia para gerar energia limpa, estabilizar e dar confiabilidade ao sistema elétrico que atende a Capital e toda a baixada cuiabana, além de garantir o gás veicular e para as indústrias.

Se esta sobrando gás no Brasil por que não disponibiliza-lo para Cuiabá? O Governo do Estado precisa sair desta inércia em que os projetos estratégicos para Cuiabá têm sido deixados em segundo plano, sistematicamente. A ferrovia não avança, o Bid Pantanal, que possuía recursos para resolver os problemas de esgoto e água tratada de Cuiabá e baixada cuiabana, foi devolvido, perdido, e hoje poderíamos estar utilizando os recursos do PAC para outros avanços na área de saneamento.

O Brasil tem gás sobrando. A empresa que o distribui, a Petrobras, é estatal, e o governador é da base aliada do Presidente da República. Cuiabá precisa do gás natural. Mãos a obra, governador!

Carlos Avalone é 1º suplente de deputado estadual, vice-presidente da Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (FIEMT) e diretor do Sindicato das Indústrias de Redes Elétricas de Mato Grosso (Sincremat).

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