Aprendemos que estrada é um caminho mais ou menos largo para o trânsito de homens e veículos… Ou seja, uma via de tráfego. Pensando assim vamos aqui situar a nossa BR 163, ela de fato é um caminho, mas que caminho em? Ora se na vida temos diversos caminhos para seguir esse ai é um caminho bem tortuoso. Que dureza é trafegar nos dias atuais por uma rodovia tão importante no cenário da maior riqueza de Mato Grosso – o da produção.
Se ela é um meio para se alcançar um fim, muitos têm alcançado um fim não desejado: o fim da perda de uma vida, o fim de um bem material, o fim da paciência, o fim da crença política, o fim dos bons costumes, este último é o que eu quero enfatizar, enfatizar porque é o mais oportuno a ser perdido num momento de desespero. Ora, pedidos pra que? Recursos? Denúncias? Meu Deus, quem pode pelejar por nós meros atores perdidos numa estrada tão destruída? Destruída pela corrupção, pelo descaso, pela imoralidade dos nossos políticos, pelos desvios de recursos públicos… Assim não dá! Tem um destino na BR 163 que não demoramos a chegar… O buraco.
Por falar em buraco, muitos têm encontrado os seus… O da cova… Uma pena. Diz-se pela imprudência, mas, olha aqui… Como podemos ser prudentes? Precisamos trafegar, mas trafegar? Hoje em dia parece mais praticar um esporte radical… Aqui pra nós… Acho que já sei onde o Joaninha aprendeu a ter tanta destreza com sua moto. Trafegar nessa rodovia é fazer rally.
Entra ano e sai ano e nós ficamos aqui na espreita, na espreita de um dia podermos dizer: olha! ai vai alguém que merece o meu voto… A minha confiança… O meu investimento. Aliás, vocês políticos custam caro, então vamos fazer jus, pelo menos, aos seus salários, já que só se lembram de nós, meros espectadores deste mundo tenebroso – O mundo por trás das paredes do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional, das Assembléias Legislativas, das Prefeituras e das Câmaras Municipais – nas eleições.
A pena é que o caminho percorrido na estrada que deveria ser um privilégio, não passa de um desprazer… Desespero… Ruína…, Espera ai, enquanto isso aqueles que decidem os nossos “destinos” andam de avião… Ora lá em cima não tem buracos né? Então até quando iremos viver nesse desespero? Quando teremos o prazer de contemplar um verdadeiro caminho a seguir? Pois é, a estrada também é um meio… O que fazer quando temos apenas um único e miserável meio para chegar a algum lugar? A única certeza que temos é que chegaremos… A algum lugar.
Átila Wanderley da Silva é graduado em Comunicação Social