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E agora, Pedro?

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Assunto de 10 em cada 10 rodas políticas esta semana, em Mato Grosso, é a decisão da Comissão de Ética da Câmara dos Deputados, que, por maioria, arquivou o processo contra Pedro Henry, acusado por Roberto Jéferson, noves meses atrás, de ser um dos líderes do mensalão. E agora, Pedro Henry é mesmo candidato a senador? A absolvição política seria também uma absolvição eleitoral? Como ficam suas chances para a senatória agora: melhores, piores ou continuam as mesmas?

Há duas correntes básicas e opostas em todas as rodas, segundo tem-se conhecimento. A primeira é de que, independente do julgamento da Comissão de Ética – que deve ser confirmada pelo Plenário, ainda que por falta de maior interesse no assunto -, a opinião pública já teria feito seu próprio julgamento, como sempre faz, aliás, julgando, condenando e sentenciando o acusado.

Esse sistema de formação de opinião funciona pelo senso comum. Como a média da opinião pública tende a nivelar por baixo, há uma tendência de se achar que Pedro Henry é, sim, culpado, e que tenha se safado pelo corporativismo da Casa, o famoso acordão já denunciado pela imprensa nacional. Essa média é a mesma que diz que todo político é ladrão, não tem compromisso com o povo e só pensa em si e nos seus.

A outra corrente defende que Pedro Henry, agora, fica mais forte que nunca, uma vez que terá um forte argumento a seu favor: foi investigado durante nove meses, teve sua vida toda perscrutada, e nada foi encontrado que o incriminasse. Trocando em miúdos, essa corrente entende que Pedro Henry, na verdade, ganhou um salvo-conduto de honestidade para exibir na campanha eleitoral deste ano, o que o tornaria praticamente imbatível.

As visões são diametralmente opostas, e podem ser facilmente contaminadas pelo interesse de quem faz a avaliação. Os aliados de Henry tendem a acreditar na segunda hipótese, e aqueles que torcem por outros candidatos a senador vão se agarrar à primeira.

O fato é que esse dilema pode não se resolver até o dia da eleição. Por mais que se façam pesquisas e mais pesquisas para tentar aferir isso, no máximo obteremos uma indicação de tendência. O que vai decidir mesmo a parada será a chamada guerra de informação e de propaganda. Quem tiver mais competência para vender a repercussão desse fato convence o eleitor, que, no fundo, ainda precisa desse debate.

Quer dizer que a campanha para Senador ganhará uma dimensão própria, e não ficará apenas em quem é e quem não é o candidato do candidato a governador. E no debate, a campanha eleitoral precisa mais do que vídeos bonitos para ganhar os corações e mentes dos eleitores. Precisa vender conceitos, racionalizar um pouco. Logo, Pedro Henry pode sim ter aumentado suas chances eleitorais com o arquivamento da investigação, mas ainda terá muito trabalho para materializar essa possibilidade em votos.

KLEBER LIMA é jornalista, Consultor Político credenciado pela ABCOP (Associação Brasileira de Consultores Políticos) e Consultor de Comunicação da KGM SOLUÇÕES INSTITUCIONAIS. [email protected]

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