Passadas as eleições em nosso Estado, agora ficam as expectativas em relação a próxima gestão. Independente em quem se tenha votado, todos desejam ver problemas antigos sendo superados. O povo anseia pela mudança de várias situações, e a categoria dos servidores do Detran-MT também espera por dias melhores na entidade, que apesar da arrecadação milionária, é a mais sucateada do Estado, onde persistem a falta de estrutura física e tecnológica, baixo número de servidores e graves irregularidades que já são crônicas!
É certo que apesar dos conhecidos problemas da Autarquia, avançamos em várias questões por causa da organização reivindicatória dos servidores. Denunciamos, mudamos realidades, inovamos a administração da entidade em busca de um Detran-MT que efetivamente cumpra sua função, onde contrário do que muitos pensam, não é de arrecadar taxas, mas sim de salvar vidas no trânsito, já que temos um dos piores trânsitos do país. A cada dia, e principalmente, a cada final de semana, morrem mais pessoas no trânsito do que por homicídios no Estado.
Conquistas como a reserva de 50% dos cargos de chefias aos servidores efetivos (desde o mês de julho/2014) diminuem o amadorismo tão acentuado da administração da autarquia, mas parece insuficiente para extingui-lo e para controlar tantos absurdos que lá presenciamos diariamente. Tampouco, inibem as portarias descabidas que são publicadas sem o menor constrangimento pelo “gestor” do Detran-MT, as quais são frutos de uma politicagem patrimonialista de fundo de quintal, que certamente causariam náuseas em Nicolau Maquiavel.
E o mais grave é que a situação já perpassa mais de uma década, portanto devo advertir o governador eleito que se de fato ele estiver disposto a fazer o Detran-MT funcionar como manda o Código de Trânsito Brasileiro – CTB, terá que cortar pela raiz vícios antigos de um grupo político que tem aversão à legalidade.
Na condição de representante da categoria, entreguei aos candidatos ao governo uma carta que pontuava as pautas mais urgentes do Detran-MT, a saber: o Detran-MT e sua função social; a Escola Pública de Trânsito – EPT; a fiscalização dos credenciados (autoescolas, despachantes, dentre outros); as empresas terceirizadas mantidas pelo Poder Público; a estatística de crimes e acidentes de trânsito; a fiscalização de trânsito; a estrutura física da entidade e a necessidade de valorização do servidor, onde espero sinceramente que tenham lido e passado para a sua equipe de planejamento.
No que tange ao Sinetran-MT, a partir do mês que vem ele terá nova diretoria, que certamente manterá a postura denunciante e de luta por um Detran-MT melhor a todos os mato-grossenses. Eu me despeço do meio sindical para me dedicar ao meu mestrado de Política Social, onde agradeço profundamente a minha categoria por todo o apoio recebido nesses três anos, aos colegas sindicalistas do Fórum Sindical pelo companheirismo, aos parlamentares estaduais e federais que apoiaram nossas causas e a imprensa do estado, que tantas vezes repercutiu a nossa voz, mostrando as verdades da Autarquia. Muito obrigada a todos!
Veneranda Acosta é presidente do Sinetran-MT