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Conversas de rua

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Geraldo Riva atirou no grupo empresarial de Eraí Maggi, diz que vai protocolar as denúncias no Ministério Público.

Falou-se até em CPI para apurar fatos relacionados ao assunto.

Tem muita conversa em Cuiabá sobre esse caso. Uma delas é que o Riva não estaria tão interessado na atuação de Eraí Maggi.

O alvo seria o primo, Blairo. Que o Riva vê as coisas pelo lado político, o Eraí nessa área tem pouca importância.

Por que o Blairo? É que o grupo politico que esteve à frente do poder em Mato Grosso nos últimos 12 anos se sente usado e traído pelo Blairo.

Quando se fala em grupo político não são somente gentes da classe política.

Quem mais sente ou reclama são as firmas e pessoas que vendem serviços ou fazem negócios com o Estado.

Poderiam continuar, precisavam do Blairo, mas ele pulou para outros lados e os deixou com a brocha na mão, é a reclamação.

Ninguém desse grupo acredita que as doações de campanha feita pelos Maggi foram sem o aval do Blairo.

Só fizeram, é o comentário mais aceito, porque tinham sinalização do líder politico familiar.

O que o Riva está fazendo seria verbalizar o descontentamento do grupo com o abandono que sofreram.

Querem dar o troco. E o troco não seria somente no Eraí e suas empresas, mas em outras do grande agronegócio que se beneficiaram e cresceram muito por medidas tomadas durante o governo Maggi.

Quer ver mais dessas conversas? Falam que o Blairo usa as pessoas e não estende a mão para ninguém. Uma das únicas, a unção do Silval Barbosa, é hoje bastante criticada.

Na verdade, se repete com esse grupo político o que vem ocorrendo em MT por longos anos. Se esboroam por dentro.

Ocorreu com o PMDB na década de oitenta e com o PSDB em 2002. Agora é o grupo que tomou o poder faz 12 anos.

Todos esses fatos beneficiam indiretamente o Pedro Taques. É a tal sorte na política.

A coluna inventa a estória de que, além de trabalho, o político, se não tiver sorte, não vai muito longe.

No imbróglio atual, o Taques não pôs a mão na cumbuca, não se expôs em nada, é o próprio grupo se comendo por dentro.

Enfraquece-se mais ainda uma suposta oposição ao governo dele.

Mas uma conversa sobre o grupo que está deixando o poder é sobre o Wellington Fagundes. Blairo, Silval e Riva vão embora.

Sobrou a liderança para o Wellington, mas ele nunca assumiu liderança, sempre esteve à sombra de alguém nesses últimos 20 anos (Dante, Blairo ou Silval).

Ele agora assumiria a liderança do grupo que pertence ou bandeia para o Taques, como sempre fez antes?

Alfredo da Mota Menezes é historiador e articulista político em Cuiabá.
 

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