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Concentração de riqueza e poder

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Todos os anos, no início de março, a Revista Forbes publica a relação das pessoas mais ricas do planeta. Nesta última segunda feira, 03 de marco de 2014, a referida publicação apresentou a nova lista dos bilionários deste ano.
São 1.645 pessoas, que em conjunto concentram nada menos do que 6,4 trilhões de dólares, o equivalente a 11% do PIB mundial em 2013. Em um ano o crescimento da renda e do patrimônio deste pequeno grupo de pessoas aumententou em 18.5% dos 5,4 trilhões que acumulavam em 2012, muito maior do que a média de crescimento do PIB mundial que foi de apenas 2,8%; da Europa  -0,3%; América Latina 2,1%; China 7,5%; emergentes 4,5%, México 1,5%; Brasil 2,0% e India 4,5%.

A participação de mulheres biolionárias ainda é bem pequena, apenas 172 ou 10,5%, indicando que também neste  setor, como em tantos outros, as mulheres ainda continuam bem aquém dos homens, comprovando que a distância e diferença de gênero é uma realidade mudial e pouco tem avançado nas últimas décadas, apesar dos esforços empreendidos.
O bilionário Bill Gates, com uma fortuna nada desprezível de 76,0 bilhões de dólares, retomou o primeiro lugar,destronando o magnata mexicano Carlos Slim, que mesmo tendo caido para o segundo lugar ainda acumula um patrimônio de 72 bilhões de dólares.

Enquanto a ONU, diversos países, organizações públicas e não governamentais e organismos de pesquisas econômicas e sociais demonstram uma grande preocupação pela existência de mais de 1,5 bilhões de pobres e meio bilhão de miseráveis e famintos pelo mundo afora, é impressionante a distância entre o patrimônio, renda e riqueza deste diminuto grupo e a pobreza no planeta.

Por exemplo, o patrimônio de Bill Gates é maior do que o PIB de 177 países e do que 21 estados brasileiros e 2,4 vezes maior do que o PIB de MT em 2012. Entre os dez maiores bilionários  oito são Americanos, um mexicano e um da Espanha. A fortuna desses dez bilionários chega a 507,6 bilhões de dólares, pouco menor do que o PIB do Estado de SP em 2012,  a unidade mais rica do Brasil , que foi de 613 bilhões  e mais do que o dobro do PIB do Estado do Rio de Janeiro que no mesmo ano foi de 210 bilhões, ocupando o segundo lugar em nosso país.

Os 50 maiores billionários acumulavam em 2013 um patrimônio de 1,081,8  trilhões, menor do que apenas 15 países  mais ricos do mundo, o que demonstra um elevado índice de concentração econômica, financeira e patrimonial, seja a nível individual ou familiar. Por exemplo, os quatro herdeiros do grupo Walmart, maior cadeia de varejo do mundo por mais de uma década, em conjunto possuem fortuna de 141,3 bilhões de dólares.
O Brasil entra na lista dos bilionários com 65 pesoas, ou 4% do total,  sendo que a maior fortuna é de Jorge Paul Leman com 19,7 bilhões de dólares,  ocupando a 34a. posição, seguido do banqueiro Joseph  Safra   na 55a. posição no ranking mundial com 16,0 bilhões de dólares.

As origens dessas fortunas são bem variadas, incluindo, um grupo minoritário dos chamados “self-made” man/woman; outros que herdaram suas fortunas, outros que aceertaram na mosca  com invenções ou capacidade empreendedora e inventiva, principalmente relacionadas com a ciência e tecnologia. Interessante é que a partir de um determinado patamar, com raras excessões, como  a ocorrida com alguns bilionários que por má gestão perderam parte do patrimônio, a máxima popular de que “dinheiro atrai  dinheiro”, muitas  dessas fortunas acabam sendo financiadas por políticas públicas como juros subsidiados, medidas protecionistas de seus respectivos governos e  também com tributação regressiva, ou seja, em índices menores do que a carga tributária sobre o trabalho e o consumo. O Brasil é um exemplo típico dessas políicas de governo que acabam contribuindo para o acúmulo de capital em  detrimento dos setores que não usufruem dessas regalias.

É neste sentido que esta questão do aumento dos número de bilionários e seus “primos’ menos poderosos, que são os milionáros deve ser analisado, sempre tendo também em vista os índices de concentração de  renda, riqueza, propriedade e oportunidades em cada país.

Com certeza os “incentivos” e medidas mitigatórias da pobreza e miséria que existem  em todos os países mais se parecem com migalhas quando comparadas com o que os governos de todos os países fazem por esses poderosos. Afinal são esses dois grupos de bilionários e milionários que determinam a dinâmica da vida politica, social e econômica nacional, em cada país, seja financiando os políticos que ocupam postos públicos ou assumindo diretamente as funções políticas, como ocorre com alguns milionários em Mato Grosso e no  restante do Brasil.

Juacy da Silva, professor universitário, titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia.

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