Está cada vez mais difícil dirigir em Sinop, e sendo assim, encontrar uma vaga para estacionar seu carro parece mais jogo de loteria. Ou seja, quase impossível. A 19ª Ciretran apresentou recentemente números do trânsito no município e apontou exorbitantemente que nossa frota chega em 2010 a aproximadamente 70 mil veículos registrados.
A realidade é essa, e não podemos escapar que caminhamos para uma das maiores frotas do estado de Mato Grosso.
Entre os veículos estão às temidas motocicletas que ultrapassa a casa dos 35 mil modelos e as vendas só crescem. Esse efeito crescimento esta ligado exatamente à concorrência das empresas revendedoras, dos próprios fabricantes e em seguida da propaganda abusiva das empresas de comunicação que trilham o caminho de vendar cada vez mais, e mais! Independentemente se esta mesma empresa de comunicação seja nacional ou local.
Atualmente, percebemos que se compra moto como se faz uma compra comum num supermercado, sem entrada e em alguns casos sem muita burocracia. Quer um exemplo? As faixas anunciam: compre agora sua moto com apenas R$ 1 de entrada e o primeiro pagamento para depois da Copa do Mundo da África. Outros fatores podem ser facilmente presenciados nesse mesmo contexto, que são: a qualidade oferecida pelas escolas de trânsito e como estes motoristas são fiscalizados a fim de evitar transtornos como o alarmante número de acidentes na quarta maior cidade do estado. E é justamente isso que nos preocupa, pois sabemos que o trânsito do quarto município tem fama de matador.
No novo plano de governo de Mato Grosso chamado de “plano de segurança” se cogita a possibilidade de retorno do tradicional Pelotão de Trânsito – existente em alguns municípios, mas que por aqui foi extinto a alguns anos, que por ironia sua exclusão faz parte também de um plano de governo onde se criou a Guarda Municipal de Trânsito – polêmica e incisiva para a maioria da população. A ideia é que se faz muito, e se organiza quase nada. O que torna tudo isso relevante é a maneira como essa dimensão de fatores é administrada e onde tudo isso vai parar.
Enquanto alguns buzinam dizendo que a vaga é dele, outros enchem de “canetasso” aqueles que por alguns instantes estacionaram suas motos (instrumentos de trabalho) fora do local, para quem sabe pagar a conta de luz, telefone ou água.
José Carlos Nery de Araújo é jornalista em Sinop