Leia até o final e perceba o quanto o assunto é grave !
Na vida, repetimos quase tudo: sonhar, errar, recomeçar. Mas MORRER, morremos uma única vez.
Em um livro que ganhei de um grande amigo e li recentemente – “‘A morte é um dia que vale a pena viver’, diz que o Brasil, esta entre os três piores países do mundo para se morrer.
Aos corações de Sinop, nossas autoridades, representantes, imprensa e cada amigo que faz parte desta comunidade incrível, nossa terra de toda gente.
Sinop sempre foi uma cidade de destaque, ontem e hoje. Foi com respeito, trabalho e união que cada um de nós ajudou a construir tudo o que temos: a escola do bairro, a igreja da comunidade, o campinho de terra batida onde jogamos bola, a avenida movimentada, os prédios que tocam o céu e os belos condomínios horizontais que transformaram nosso jeito de viver. A cada dia, Sinop pulsa como um farol de progresso, sendo um orgulho e um exemplo para todo o Brasil.
Mas, infelizmente, quando olhamos para o nosso cemitério — a última morada de todos nós e o único da cidade — vemos um contraste doloroso com tudo o que construímos. Ali não estão apenas túmulos, mas a história de Sinop, nossos pioneiros e entes queridos. Manter esse lugar digno é obrigação do serviço publico e um dever de todos. É triste, lamentável e indigno ver que o que deveria ser um espaço de respeito se transformou em descaso.
Tive a honra de cuidar de Sinop como prefeito por dois mandatos e continuo com o mesmo amor e cuidado pela nossa cidade, mesmo estando há anos fora de cargos públicos. Por isso, sempre evitei criticar os prefeitos que me sucederam.
Mas, há alguns dias, algo mexeu profundamente comigo: presenciei novamente um amigo sendo enterrado em condições apertadas e indignas no nosso único cemitério. Corpos sendo sepultados praticamente amontoados, dividindo espaços já ocupados. O que despertou em mim grande indignação e um apelo por união para buscarmos juntos uma solução definitiva e urgente para esse problema.
Ali descansam meu pai, amigos e nossos pioneiros — é onde a história de Sinop se encontra com a nossa. Por isso, faço um apelo sincero: que se tome, com urgência, a providência de recuperar a área original ou criar um novo espaço digno da grandeza da nossa cidade.
Além da falta de espaço para novos sepultamentos, há relatos de sepulturas sendo reabertas para reutilização e denúncias de vendas informais, com boletins de ocorrência registrados, um absurdo!
Minha indignação é também o eco de perguntas antigas e novas, que pedem respostas em nome de cada cidadão que, com seu trabalho e seus impostos, ajuda a fazer de Sinop essa cidade forte e respeitada.
Por que chegamos a esse ponto com o nosso cemitério?
A situação que enfrentamos hoje não aconteceu por acaso — é fruto de decisões mal tomadas. Em 2012, a Prefeitura vendeu, sem justificativa plausível e em regime de urgência, 256 mil m² de um terreno originalmente com mais de 390 mil m², restando apenas 134 mil m² hoje já ocupados. A aprovação ocorreu no mesmo dia, sem estudos ou parecer jurídico, por apenas R$ 43,00 o m². Basta perguntar: quem já viu terreno urbano em Sinop ser vendido por esse preço? Mesmo com ação judicial e atuação do Ministério Público, a venda foi consolidada. O resultado é um cemitério superlotado, com sepulturas sendo reutilizadas e famílias obrigadas a enterrar seus entes queridos em condições indignas.
Há 13 anos essa questão está na Justiça, com processos ainda em andamento, inclusive criminais. O erro foi político, não jurídico. Por isso, mais do que nunca, precisamos de união e coragem para resolver de forma definitiva, com respeito à memória de quem se foi e dignidade para quem ainda precisará desse lugar de paz.
Para compreender melhor essa realidade, destaco os principais fatos e algumas possíveis soluções que podem ser consideradas, para sua reflexão e análise:
Fato 1: Já se passaram 13 anos desde que a Prefeitura de Sinop vendeu parte da área do nosso Cemitério Municipal. Desde então, já estamos na quarta gestão e, até hoje, não houve uma solução definitiva.
O que deveria ter sido feito?
- Destinar imediatamente uma nova área para a construção de um novo cemitério, usando o recurso da própria venda; ou
- Contestar a venda e recomprar a área, mantendo o plano original da cidade.
Fato 2: A área foi vendida na época por um valor muito abaixo do real: apenas R$ 11 milhões, ou R$ 43,00 por metro quadrado. Para comparar, hoje um terreno de 3,40 m² para túmulo custa em média R$ 530,00 o m², e um “gavetão” de 2,08 m² custa cerca de R$ 540,00 o m².
O que deveria ter sido feito?
- A Prefeitura poderia ter recomprado a área, depositando o valor em juízo. Para ter ideia, entre janeiro e junho de 2024, a arrecadação média mensal do município foi de R$ 13,8 milhões — ou seja, o valor de apenas um mês de arrecadação seria suficiente para resolver essa compra.
Fato 3: A última grande reforma do cemitério foi em nosso mandato, até 2008, com capela mortuária, muros ampliados, organização interna e legislação para funerárias. Em julho de 2008, sancionei a Lei 1040/2008, permitindo cemitérios privados — ou seja, todas as alternativas para resolver essa situação já estavam previstas.
Fato 4: É dever do poder público agir com máxima urgência, já que há em média 70 enterros por mês e não existe mais espaço para sepultar com dignidade.
Como cidadão que ama Sinop, assim como você, faço um apelo para que autoridades, entidades civis e sociedade se mobilizem e cobrem ações concretas, colocando-me à disposição para colaborar em todas as frentes para resolver essa situação de forma definitiva e respeitosa.